A presidente Dilma Rousseff elevou ontem (1) a relação do País com o Japão, terceira maior economia do mundo, ao nível de parceria estratégica, durante visita do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, a Brasília. Na prática, no entanto, o número de acordos assinados pelos dois países ficou abaixo do desejado tanto por brasileiros quanto pelos japoneses, que manifestaram desejo de fechar parcerias para exploração do pré-sal e participar de investimentos em ferrovias. Foram 9 acordos, 4 deles entre empresas privadas, contra uma expectativa de 17 tratados.
Maior empresa brasileira, a Petrobrás assinou um empréstimo de US$ 500 milhões para a construção de cascos de oito navios-plataforma, operação segurada pela Nippon Export and Investment Insurance e o Banco Mizuho.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por sua vez, buscará parcerias com o Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC), por meio de um memorando de entendimento firmado ontem.
Na área comercial, Dilma elogiou o início da importação japonesa de carne suína de Santa Catarina, mas não obteve a abertura do importante mercado da ilha asiática à carne bovina termoprocessada, como há anos pede o setor. Antes de Abe, Junichiro Koizumi foi recebido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004. Lar da maior comunidade nipônica fora do Japão, com quase dois milhões de pessoas, o Brasil tem atualmente um estoque de investimentos japoneses de US$ 32 bilhões, segundo Dilma.
Diálogo
O estabelecimento da parceria estratégica deve aumentar a intensidade do diálogo político e pode facilitar negociações comerciais pontuais, mas não deve representar uma mudança profunda na balança comercial dos dois países. O Japão atualmente dedica seus maiores esforços para concluir a Parceria Trans-Pacífico, um acordo de livre-comércio de países asiáticos com Estados Unidos, Canadá, Chile, México e Peru. Segundo fontes japonesas, não se pode descartar uma conclusão das negociações até o fim deste ano, o que resultaria em menor comércio do Brasil com esses países.
Mensagem
O Brasil foi a última parada da passagem de Abe pela América Latina, depois de México, Trinidad Tobago, Colômbia e Chile. Conhecido pelo pacote de estímulos econômicos "Abenomics", que pode superar duas décadas de deflação no Japão, Abe passa o dia hoje em São Paulo e deve transmitir, em discurso para a comunidade de descendentes, sua mensagem para a América Latina. Segundo fontes da chancelaria japonesa, a palavra-chave é "Grow Together", o Japão quer "crescer junto" com a região, em especial por meio de maior intercâmbio comercial e investimentos.
Trump, Milei, Bolsonaro e outros líderes da direita se unem, mas têm perfis distintos
Taxa de desemprego pode diminuir com políticas libertárias de Milei
Governadores e parlamentares criticam decreto de Lula sobre uso da força policial
Justiça suspende resolução pró-aborto e intima Conanda a prestar informações em 10 dias
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast