As vendas a prazo na capital paulista desaceleraram em maio após o Dia das Mães, segundo dados divulgados pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
No mês passado, as consultas ao SCPC, que mede as vendas a prazo subiram 4% na comparação com maio de 2010. As consultas ao SCPC/Cheque (um termômetro para as vendas à vista) cresceram 6 8%. Mas na primeira semana de maio, a expansão havia sido de 7 2% e 10,2%, respectivamente. Na segunda semana, o índice desacelerou para 5,3% no SCPC e 6,8% no SCPC/Cheque.
Na comparação com abril, as consultas ao SCPC registraram alta de 8,6% e ao SCPC/Cheque de 20,2% em maio, que teve dois dias úteis a mais em relação ao mês anterior. "Apesar da desaceleração do ritmo de crescimento, acreditamos que o varejo continuará tendo desempenho positivo até o final do ano", disse Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Nas vendas de bens duráveis, os telefones celulares, que são destaque de consultas ao SCPC, não tiveram um bom desempenho em maio. Por outro lado, os setores de roupas, calçados e variedades obtiveram bons resultados, em função da chegada do frio. De acordo com Emilio Alfieri, economista da ACSP, a desaceleração foi sentida principalmente nas vendas a prazo por causas das medidas de restrição ao crédito adotadas pelo governo. "As vendas à vista devem acabar desacelerando também, porque a massa salarial está diminuindo", acrescenta.Inadimplência
Os registros recebidos no cadastro de inadimplência da ACSP subiram 8,2% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2010. Já os registros de cancelamentos ou renegociações de crédito tiveram uma expansão de apenas 0,2%. Na comparação de maio com abril, a inadimplência teve queda sazonal de 10,2%, enquanto os cancelamentos recuaram 6,2%.
Alfieri afirma que o nível de inadimplência ainda não implica em descontrole dos gastos do consumidor, mas já dá sinais de alerta. "Esse nível de certa forma justifica as medidas macroprudenciais do governo, mas também prejudica a renegociação já que nesses casos geralmente o cliente faz um novo carnê, e o aumento dos juros acaba assustando um pouco", comenta o economista.