Moeda
Apesar da cautela com momentos de instabilidade, há regras padrão que valem para a hora da compra da moeda estrangeira. Veja algumas recomendações do diretor de câmbio do Grupo Fitta, Fabiano Rufato:
Compre pequenas quantias semanalmente: para garantir um preço médio. Com isso o turista não se obriga comprar tudo na hora da viagem e com um mesmo preço, que pode ser alto.
Use o cartão pré-pago: além de ter uma taxa de câmbio mais acessível, ele é mais barato. O imposto pago nas transações com este cartão, o IOF, é menor e custa o mesmo que o dinheiro em espécie, com a taxa de 0,38%.
Compre sempre o dinheiro no mercado oficial: o mercado paralelo pode oferecer taxas mais atrativas, mas o turista pode ter problemas na hora de comprovar a quantia tanto na saída do Brasil quanto na chegada do país estrangeiro.
Leve uma quantia em espécie: uma boa proporção para colocar carga no cartão pré-pago, por exemplo, e levar o valor em espécie é 70%-30%.
Use o cartão de crédito apenas como última opção: o IOF sobre a transação com cartão de crédito no exterior é de 6,38%, mas o grande motivo para evitá-lo é que, como a conta só chega mais tarde, o turista pode ser surpreendido por um débito muito maior, caso a cotação do momento esteja alta.
Expectativas
"Não dá para comemorar ainda", dizem exportadores
Folhapress
Em alta por conta do recrudescimento da crise europeia, a valorização do dólar que chegou a R$ 2 na segunda-feira e também ontem não equaciona o problema da competitividade das exportações de produtos industriais brasileiros, segundo o presidente da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), José Augusto de Castro. "Não dá para comemorar ainda. Não sabemos se o dólar a R$ 2 vai se transformar num novo patamar."
Para Castro, o "câmbio de equilíbrio" é de R$ 2,20. Nesse nível, diz, o país retomaria o espaço perdido nos mercados internacionais. Um exemplo, afirma, seria a maior penetração de produtos brasileiros de ramos como autopeças, têxteis e calçados em países como os EUA que já foi destino de 25% das exportações brasileiras há uma década e hoje absorve cerca de 10%.
Segundo o presidente da AEB, o dólar na casa dos R$ 2 "é virtual", já que reflete apenas uma piora das expectativas e das incertezas em relação à crise da Europa e um eventual calote da Grécia.
O presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato, disse, porém, que a ação constante do governo para "enxugar o excesso" de moeda estrangeira no mercado tem surtido efeito e ajuda a melhorar a competitividade da indústria, permitindo um melhor equilíbrio entre produção e consumo. Para ele, o "câmbio de equilíbrio" está entre R$ 2,10 e R$ 2,20. Barbato disse que a valorização do real não vai resultar em inflação mais alta porque muitos produtos com cotações internacionais que poderiam ser afetados estão em queda no mercado externo.
Com o dólar no patamar dos R$ 2, viajar para o exterior está ficando mais caro para o turista brasileiro as compras em Miami podem não ser mais tão baratinhas, afinal. As agências de turismo, porém, informam que ainda não sentem o reflexo da alta da moeda americana nas vendas de pacotes internacionais, mas afirmam que devem ser impactadas caso o dólar se mantenha neste patamar ou se eleve. Para quem tem viagem marcada e precisa comprar a moeda, a recomendação geral é adquiri-la aos poucos alguns sugerem ainda mais cautela e um tempo de espera nesses próximos dias para definir a compra (confira as recomendações no quadro ao lado).
A subida do dólar fez com que muitos turistas antecipassem os pacotes, com medo de elevações ainda maiores. A diretora da agência Star Over, Flávia Freitas, afirma que ainda está cedo para perceber se a alta vai afetar as vendas de viagens ao exterior. "Teve pessoas antecipando, mas o dólar sendo cotado a até R$ 2 não assusta muito. O problema é se passar disso, por isso estamos esperando a semana que vem para ver se fica mais claro se é uma alta repentina ou permanente", analisa.
Na Paraíso Tur, segundo a consultora Claudinéia Colares da Silva, os turistas também estão antecipando a compra, para garantir o preço e aumentar o prazo de parcelamento. "A compra antecipada está sendo incorporada na cultura dos turistas, porque só traz vantagens. Se eles esperarem pelo câmbio, podem perder melhores pacotes", ressalta.
As agências afirmam que os preços dos pacotes ainda não ficaram mais altos, mas, segundo o diretor de câmbio do Grupo Fitta, Fabiano Rufato, o repasse aos consumidores é "praticamente inevitável", caso os preços se mantenham nestes patamares. "Quem está planejando viajar para fora talvez devesse repensar agora, porque o mercado de turismo deve começar a sentir um pouco. O câmbio estava muito favorável para viagens ao exterior, mas isso pode mudar agora", avalia Rufato.
Para o professor de economia do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE/FGV) Robson Gonçalves a elevação muito repentina do câmbio traz reflexos sobre a venda de pacotes e por essa razão ele sugere que quem está planejando uma viagem ao exterior aguarde os próximos dias. "A experiência mostra que tudo que sobe muito rápido pode descer muito rápido. Quem ainda não fechou deve esperar algumas semanas, porque será possível encontrar o dólar abaixo dos R$ 2, mas acredito que acima dos R$ 1,90. O dólar não deve voltar a R$ 1,70 como estava há 45 dias", pondera.
Compra da moeda
Depois da compra do pacote de turismo, a segunda etapa para a viagem ao exterior é adquirir a moeda do país que se vai visitar. Para o gestor financeiro da Sidney Câmbio e Turismo, Juraci de Oliveira, uma boa dica para quem tem uma viagem marcada para o segundo semestre é comprar parcelado. "É bom comprar, por exemplo, 50% agora e 50% no momento da viagem. Com isso se obtém um preço médio, porque não há como saber se vai estar melhor ou pior lá na frente. O importante é comprar de uma casa de câmbio, que é mais confiável", destaca.
Na opinião do professor do ISAE/FGV, porém, a dica da cautela vale também para a compra da moeda estrangeira. "É melhor não comprar nada agora, é melhor aguardar. O maior risco por esperar essa acomodação seria fazer uma viagem nacional", ressalta Gonçalves.
Cotação passa de R$ 2. Bolsa devolve ganho
Agência Estado
O dólar cravou R$ 2,0015 no fechamento do mercado à vista. Analistas e investidores começam a considerar esse como um novo ponto de equilíbrio para a moeda, dado o agravamento da crise internacional. Aos poucos, diminuem as expectativas de eventuais intervenções do Banco Central ou do governo para manter o dólar abaixo dessa marca
A tensão atingiu também o mercado de ações. A aversão ao risco em escala global fez a Bovespa encerrar a terça-feira com queda de 2,26%, aos 56.237,97 pontos o menor nível desde 19 de dezembro de 2011.
Mais uma vez, a Grécia foi responsável pelo mau humor generalizado, após o presidente grego, Karolos Papoulias, afirmar que as negociações para tentar formar um governo de coalização fracassaram e serão convocadas novas eleições.
Com o resultado, a Bolsa zerou os ganhos sustentados pela alta do primeiro trimeste quando chegou à valorização de mais de 20% e acumula perdas de 0,91%.
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