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Entidades garantem que nova mistura não prejudica os motores | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Entidades garantem que nova mistura não prejudica os motores| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Após meses de embate entre as usinas e a indústria automotiva, o governo deu sinais ontem de que autorizará o aumento da mistura de álcool anidro na gasolina, de 25% para 27%. A mudança, esperada pelo setor como uma saída para a grave e duradoura crise financeira, foi acertada em reunião com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e o Fórum Nacional Sucroenergético.

"A proposta de consenso foi de 27% de mistura do etanol na gasolina comum e manutenção da atual mistura para os combustíveis premium", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan, após reunião com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

A medida deve vigorar a partir do dia 16 de fevereiro, mas ainda será submetida à presidente Dilma Rousseff. Em mensagem ao Congresso, Dilma lembrou a mudança na lei para elevar o teto da mistura de etanol na gasolina para até 27,5%, aprovada em 2014 pelo Congresso. "Estamos aguardando a conclusão dos estudos científicos sobre tal alteração", afirmou.

A indústria automotiva resistia ao aumento, alegando que a elevação de etanol prejudicaria os motores de veículos movidos apenas a gasolina. Mas testes feitos pela Petrobras não indicaram "nenhum prejuízo ao desem-penho dos veículos" com a nova mistura, disse Moan.

A sinalização do Palácio do Planalto de que vai aprovar o aumento da mistura agradou à presidente da Unica, Elizabeth Farina. Até então descontente com o governo, apontou como "positiva" a nova fase de medidas favoráveis ao setor anunciadas nos últimos dias – entre elas, a volta da cobrança de R$ 0,22 da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e a elevação do PIS/Cofins sobre combustíveis.

"O nosso relacionamento com eles [governo] nunca foi ruim, a gente conversa toda a semana, mas faltava decisão. A decisão começou a aparecer agora é uma coisa positiva", disse. A reivindicação pelo aumento da mistura do álcool anidro na gasolina vem sendo feita pelo setor há mais de um ano.

Crise

A Unica calcula que a medida aumentará o consumo de etanol anidro em 1 bilhão de litros por ano e dará novo "fôlego" ao setor para reagir à grave crise que já resultou no fechamento de cerca de 60 usinas no país, disse Elizabeth.

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