Curitiba A empresa ADM decidiu parar o esmagamento de soja em sua unidade instalada em Paranaguá. A medida foi divulgada no último fim de semana. Com a paralisação, foram dispensados 23 funcionários da fábrica. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o fechamento foi causado por uma dificuldade para a compra de soja no Paraná e será revisto em janeiro pela multinacional de origem norte-americana.
Analistas do mercado de grãos dizem que é comum o fechamento de esmagadoras nos últimos meses do ano, quando cai a oferta de soja e as empresas fazem a manutenção dos equipamentos. Mas há sinais de que o setor enfrenta dificuldades que anteciparam a paralisação de unidades. Outras companhias, como Cargil e Bunge, também já anunciaram o fechamento temporário de fábricas.
As esmagadoras têm dificuldade para comprar grãos porque os produtores estão segurando parte significativa da última colheita. Nelson Costa, técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), diz que foram comercializados apenas 75% da safra até o momento. "O preço atual está em torno de R$ 24 a saca e é difícil fechar negócios", afirma. No início do ano, os produtores chegaram a receber R$ 34 por saca de soja.
Outros problemas, como o câmbio desfavorável, a concorrência de outros tipos de óleos e os altos estoques de soja ao redor do mundo, também reduziram a rentabilidade das esmagadoras, o que inviabiliza a compra de matéria-prima em outros estados. "A indústria de óleo de soja vive o pior momento dos últimos dez anos", diz o analista Renato Sayag, diretor da Tetras Corretora.
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