A Margem Cimento subsidiária da Supremo Cimento, de Pomerode (SC) vai investir R$ 340 milhões na construção de uma fábrica em Adrianópolis, município do Vale do Ribeira, na divisa com São Paulo. A companhia, que hoje produz 300 mil toneladas de cimento por ano, vai fabricar 750 mil toneladas na unidade paranaense, que deve começar a operar em janeiro de 2014.
Enquadrada no programa estadual de incentivo fiscal Paraná Competitivo, a Supremo vai pagar somente 10% do ICMS devido nos oito primeiros anos de operação. A partir do nono ano, ela recolherá o valor integral do ICMS mais o imposto devido dos oito primeiros anos, em parcelas. Segundo o presidente da companhia, Alessandro Eichstaedt, metade do investimento será financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A empresa pretende empregar 700 pessoas durante as obras, número que equivale a quase 30% da população economicamente ativa do município, segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Um acordo com o Senae vai qualificar a mão de obra para a fase da construção. Quando concluída, a fábrica deve gerar 150 empregos diretos e 400 indiretos.
A Supremo já tem uma unidade de mineração em Adrianópolis, onde extrai calcário, matéria-prima para o cimento. Segundo Eichstaedt, a nova fábrica paranaense vai abastecer os mercados da Região Sul e de São Paulo.
Região pobre
Adrianópolis pretende dobrar a arrecadação com a chegada da fábrica. De acordo com o prefeito João Manoel Pampanini (PT), a cidade arrecada hoje cerca de R$ 950 mil mensais, e espera ver a receita chegar a R$ 2 milhões em 2014. O município está na rabeira dos principais indicadores socioeconômicos do estado. Tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,683, PIB per capita de R$ 8,3 mil e rendimento médio de R$ 468. Curitiba, por exemplo, tem IDH de 0,856, PIB per capita de R$ 23,6 mil e rendimento médio de R$ 1,5 mil.
O município ficou conhecido por sofrer com o passivo ambiental deixado pela única grande empresa que já se instalou na cidade, a mineradora Plumbum, que encerrou suas atividades na década de 1990. Centenas de casos de doenças provocadas pelo contato com o chumbo foram detectados entre os moradores. Em junho deste ano, a Vara Federal Ambiental de Curitiba determinou que a Plumbum, a União, a prefeitura, a Sanepar e o Departamento Nacional de Produção Mineral indenizem as vítimas.
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