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Curitiba – Enquanto em alguns estados do Brasil o índice de adulteração do álcool combustível pode chegar a 20%, segundo estimativa do Sindicato Nacional das Distribuidoras (Sindicom), no Paraná esse tipo de irregularidade parece estar bem menos disseminado. De janeiro a outubro, apenas 1,6% das amostras de álcool analisadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) no estado apresentaram algum tipo de "não conformidade" – o índice de irregularidades apurado pela agência no país inteiro é bem mais alto, de 7,1%.

Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) detectou defeitos em válvulas, bicos injetores e motores de diversos carros bicombustíveis (que podem usar álcool ou gasolina) que ainda estavam na garantia. No entanto, o número de reclamações recebidas pelo Procon-PR e pelo Ministério Público Estadual é muito baixo, o que se alinha com o pequeno índice de irregularidades detectadas pela ANP no estado.

A principal irregularidade é a prática de "molhar" o álcool anidro – aquele que só pode ser adicionado à gasolina. Alguns revendedores compram álcool anidro, que é isento de ICMS, e depois acrescentam água, para poder vendê-lo como hidratado. Mesmo que, após a mistura, o produto final tenha o porcentual correto de pureza do hidratado (93,2%), o motor do veículo pode ser prejudicado. Para contornar esse problema, o governo tornou obrigatório, a partir de 6 de janeiro de 2006, a adição de corante laranja ao álcool anidro já nas usinas – o que significa que, se o álcool hidratado não estiver incolor, pode ser álcool anidro "molhado".

"A água que acrescentam ao álcool anidro normalmente contém cloro ou impurezas", explica Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar). "O poder de queima do álcool molhado é menor. Com isso, o desempenho do carro cai e o consumo aumenta", acrescenta Fernando Fernandes, chefe de serviços da concessionária Ford Metropolitana.

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