Governo vai defender em ação que greve de aeronautas é ilegal

O governo decidiu entrar na ação que está sendo preparada pelo Sindicato Nacional das Empresa Aéreas contra a greve que pode ser iniciada ainda nesta semana por aeronautas e aeroviários.

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Governo entra na negociação para evitar greve

O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, recebeu nesta quarta-feira (18) representantes do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa pilotos, copilotos e comissários de voo, para intermediar uma solução com as empresas do setor e evitar a greve da categoria, marcada para a próxima sexta-feira (20). Moreira Franco disse que está conversando com os dois lados "o tempo todo" para buscar um entendimento.

"É fundamental que haja um ambiente de entendimento, de conciliação, para que possamos servir adequadamente o passageiro brasileiro. Nós vamos ter na sexta-feira (20) um recorde de passageiro por dia. Mais de 350 mil passageiros estarão viajando para passar as festas com as famílias, então é importante que não tenha nenhum conflito, nenhuma tensão", disse.

O vice-presidente do SNA, José Adriano Castanho, que participou da reunião com Moreira Franco, disse que a categoria busca um acordo para evitar a greve. Segundo ele, o maior impasse está na discussão das cláusulas sociais, especialmente sobre o aproveitamento das horas disponíveis dos aeronautas e as condições em que eles ficam nos aeroportos.

O encontro desta quarta-feira foi intermediado pelo presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). "Eu acredito que um empurrão do governo pode facilitar as coisas. A diferença entre o oferecido pelas empresas e a proposta final do sindicato está muito próxima. Com bom-senso, as duas partes podem chegar num consenso", destacou o parlamentar.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Marcelo Ceriotti, se reuniu nesta quarta-feira (18) com representantes das empresas aéreas para buscar um acordo antes da deflagração da greve prevista para esta sexta-feira, dia 20. Não houve novas propostas em relação às demandas salariais dos aeronautas, que pleiteiam reajuste de 8%.

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As empresas aéreas, alegando dificuldades financeiras, oferecem reajuste de 5,6%. O encontro serviu para o debate sobre outras reivindicações, como melhor planejamento de escalas para os funcionários do setor. O SNA realiza nesta sexta-feira assembleia com os profissionais em diversos aeroportos do País para apresentar o resultado do diálogo com os empresários. De acordo com o advogado que representa as companhias associadas ao Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea), Odilon Junqueira, a expectativa é positiva.

"Os próprios aeronautas reconhecem que conquistaram pontos importantes sobre a escala, que representa uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores", afirmou, após a reunião. Segundo Junqueira, o Snea já fechou acordos regionais com parte dos sindicatos de aeroviários, trabalhadores de solo dos aeroportos, em São Paulo, Belo Horizonte e Rio, onde há dois dias uma operação padrão causou atrasos no aeroporto do Galeão. "Garantimos reajuste do piso de 7% e de vale-refeição. Para os aeronautas, estamos oferecendo 5,6% de reajuste nas cláusulas econômicas, e estamos num longo processo consensual para aprovação de outras cláusulas, quanto à organização das escalas. Agora, é esperar a assembleia de amanhã", afirmou. O SNA não se pronunciou sobre o encontro. Na sexta-feira, 13, Ceriotti havia convocado os trabalhadores a paralisar as atividades no dia 20.

Segundo o presidente do SNA, a proposta das empresas não representa ganho real para a categoria. O sindicato afirma ainda que assegura o cumprimento da legislação quanto à disponibilização de 20% do efetivo da categoria nos aeroportos durante o período de greve. A paralisação está prevista para as 6 horas da sexta-feira, quando há expectativa de grande movimento nos aeroportos do País.