Enquanto se discute a capacidade do transporte aéreo das cidades que vão abrigar os jogos da Copa do Mundo de 2014, alguns aeroportos de municípios menores correm o risco de parar por não atenderem requisitos de segurança. Na lista de instalações que podem ter as operações suspensas estão 14 aeródromos, sendo 2 em Minas Gerais, 1 em Rondônia, 1 no Pará e 10 no Amazonas, segundo informações da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar).

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De acordo com as regras, os aeroportos terão até 31 de dezembro para se equipar com carros de bombeiros, equipamentos de segurança e equipes com profissionais habilitados (2 a 3 bombeiros), afirma o diretor da Abetar, Victor Celestino. A partir dessa data, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fará a fiscalização de todos os aeroportos para verificar se estão adequados ou não. Em caso negativo, o aeroporto pode parar.

A intenção da agência é enquadrar as instalações brasileiras aos padrões da Associação do Transporte Aéreo Internacional (Iata). Mas a decisão, bem-vinda para dar mais segurança ao setor, esbarra na incapacidade financeira dos gestores desses aeródromos. A maioria deles é administrado pelas prefeituras locais, que mal conseguem investir em outras melhorias para a população. "Temos visto casos em que os prefeitos têm de escolher se investem em saúde ou nos aeroportos", destaca o diretor da Trip Linhas Aéreas, Evaristo Mascarenhas.

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Segundo ele, o problema pode afetar dez aeroportos da Amazônia, onde a companhia aérea opera. O pior, diz ele, é que na região ou se usa o transporte fluvial (mais demorado e mais barato) ou o aéreo. "Não há outra alternativa." A Anac diz que, por enquanto, não há nenhuma irregularidade no funcionamento dos aeródromos, já que eles ainda estão dentro do prazo.

O problema, dizem especialistas, é que se nada for feito nesse prazo não adiantará de nada, já que as prefeituras não têm dinheiro para fazer os investimentos. "Essas cidades não têm recurso nem para fazer a manutenção dos carros de bombeiro nem para pagar os salários dos funcionários que terão de ficar disponíveis nos aeroportos", diz uma fonte, que não quis se identificar.