A mineradora Vale registrou prejuízo líquido de R$ 6,663 bilhões no terceiro trimestre, ante um lucro líquido de R$ 5,144 bilhões no segundo trimestre – o resultado, segundo a companhia, está diretamente ligado à depreciação de 28% do real ante o dólar neste ano. No terceiro trimestre de 2014, a empresa havia registrado prejuízo de R$ 3,381 bilhões.
Em dólares, o prejuízo da mineradora no último trimestre foi de US$ 2,117 bilhões, em linha com uma pesquisa da Reuters com sete analistas, que projetou um prejuízo de em média US$ 2,28 bilhões.
O resultado financeiro líquido foi negativo em US$ 7,18 bilhões no terceiro trimestre, frente a perdas de US$ 3,37 bilhões no mesmo período de 2014. O principal impacto foi com perdas de variações monetárias e cambiais de US$ 5,1 bilhões.
A queda nos preços das commodities, notadamente do minério de ferro, teve seu impacto contrabalanceado pelo maior volume de vendas e pela alta do dólar.
O Ebitda ajustado, uma importante medida de geração de caixa da companhia, alcançou R$ 6,816 bilhões no terceiro trimestre, muito parecido com o resultado do trimestre anterior (R$ 6,817 bilhões) e do terceiro trimestre de 2014 (R$ 6,854 bilhões).
O desempenho semelhante foi atribuído “principalmente ao maior volume de vendas na maioria dos segmentos de negócios, que foi parcialmente compensado pelos menores preços de venda e maiores custos”, destacou a Vale.
Em dólares, contudo, o Ebitda ajustado foi de US$ 1,875 bilhão, queda de 37,6% ante um ano antes e de 15,3% ante o segundo trimestre.
Na comparação com o período entre maio e junho, os menores preços dos produtores da Vale impactaram negativamente o Ebitda em US$ 715 milhões, enquanto os menores custos e despesas adicionaram US$ 481 milhões ao resultado e os maiores volumes de vendas acrescentaram US$ 62 milhões.
Custos e preços
A Vale comemorou uma redução nos custos de produção do minério de ferro. Uma tonelada de finos de minério de ferro colocada dentro do navio no porto, excetuando-se royalties, teve custo de US$ 12,7 no terceiro trimestre, uma redução ante dos US$ 15,8 do trimestre anterior.
A redução foi impulsionada pelas iniciativas de redução de custos em curso e pelo aumento da produção nas minas de N4WS e N5S, localizadas no complexo de Carajás, no Pará, e de alguns dos projetos de Itabiritos, em Minas Gerais.
Os custos unitários, somando as despesas, dos finos de minério de ferro entregues na China caíram para US$ 34,2 por tonelada no terceiro trimestre, ante US$ 58,5 um ano antes.
Por outro lado, os preços médios realizados também despencaram no último ano.
O preço de referência de finos de minério de ferro (incluindo custo e frete) caiu para US$ 56 por tonelada no último trimestre, ante US$ 84,80 no terceiro trimestre de 2014.