O governo da África do Sul planeja construir um novo cabo submarino de 700 milhões de dólares no oeste da África para melhorar a capacidade de transmissão rápida de dados e reduzir as tarifas de Internet no continente, informou o país nesta terça-feira.
A companhia estatal de infra-estrutura de telecomunicações sul-africana, a Infraco, informou que dividirá o cabo em duas partes: uma ligando a África do Sul ao Brasil e outra a Londres. A expectativa é que o cabo para o Brasil fique pronto até o final de 2009.
A África do Sul possui apenas um cabo que liga o país ao resto do mundo e que tem sido controlado pela Telkom [TKGJ.J], cuja exclusividade deve expirar em setembro.
A falta de capacidade e de concorrência resulta em custos de banda larga cerca de 10 vezes maiores no país frente à Europa, e até agora poucos podem pagar por isso.
O governo, que controla a Telkom, tem repetidamente dito que os altos custos de ligações e acesso à Internet estão inflando o custo de negócios, afastando investidores e impedindo o desenvolvimento das comunicações para os pobres.
A Infraco também vai alugar seus cabos de rede nas principais cidades para a Neotel, uma nova operadora fixa concorrente da Telkom.
"Para os africanos, é importante investir em um cabo submarino para diminuir os custos das comunicações", disse o diretor-geral do Departamento de Comunicações, Lyndall Shope-Mafole, em uma coletiva de imprensa.
O governo sul-africano informou ainda que estuda o financiamento do cabo que concorrerá com o já existente SAT-3.
Os custos devem provavelmente ser financiados por empresas privadas e pelo próprio governo e todas as operadoras poderão utilizar a nova infra-estrutura.
Frustrado com o lento progresso para a construção de um novo cabo submarino para a África, o Quênia informou em maio que vai aderir a um novo projeto que vai conectar o país à Europa pela Ásia e tem planos de montar um cabo diferente para os Emirados Árabes Unidos.