A África Subsaariana fechará 2006 com bons números macroeconômicos e boas perspectivas para o próximo ano, mas a pobreza continua sendo o maior entrave do continente para levantar vôo rumo ao desenvolvimento. O Fundo Monetário Internacional prevê que a região encerre o ano com crescimento de 4,8%, pouco menos que os 5,6% registrados no exercício anterior.
A redução será causada pelo aumento dos preços de petróleo, que prejudicou a alguns e beneficiou outros. O FMI sustenta que, na maioria dos casos, as altas foram repassadas para os consumidores sem que a inflação tenha disparado, enquanto que para os produtores, por razões técnicas ou políticas, o avanço não foi bem aproveitado. Os oito produtores de hidrocarbonetos da África Subsaariana devem registrar crescimento de 5,6%, abaixo dos 7,8% de 2005, segundo estimativas do FMI.
O esgotamento de algumas jazidas, desvio de recursos para outros setores, conflitos nas zonas onde estão as jazidas são algumas das razões que impediram os países petroleiros da região de se beneficiar da alta nos preços da commodity. Ainda assim, os 4,8% de crescimento que o FMI calcula para a região para este ano é insuficiente se compratilhado entre seus habitantes.
O crescimento per capita do ano vai girar em torno de 2,8%, quase metade dos 5% necessários para alcançar a meta ingressos estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, aprovados pela ONU.
Esse número fará com que a África Subsaariana figure, mais uma vez, como a região com os menores índices de desenvolvimento humano do planeta, segundo informe anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O relatório indica que dos 31 países com o menor Índice de Desenvolvimento Humano, 29 são da África Subsaariana. Os demais são Iemen e Haiti.
Em quase todas as regiões do mundo, mostra o PNUD, todos os países aumentaram seus níveis de desenvolvimento humano, mas "a África Subsaariana é a principal exceção".
- Desde 1990, seu progresso estagnou. Em parte, por conta do retrocesso econômico mas, principalmente, pelas catastróficas repercussões da aids sobre a esperança de vida - diz o relatório.
Como costuma ocorrer no continente, muitos debates foram realizados ao longo do ano para analisar como a África pode romper esta dinâmica e rumar para o desenvolvimento.
Por sua vez, a Cúpula Econômica africana, realizada em junho na cidade do Cabo, reconheceu que vários fatores facilitaram o crescimento econômico da região, como a democratização, aumento do investimento estrangeiro e a pacificação das áreas de conflito.
- Esse é um momento para aproveitar e estabelecer as bases estruturais que permitirão a expansão econõmica - disse, em novembro, o vice diretor-gerente do FMI, John Lipsky, ao falar sobre o momento favorável que vive a economia internacional.
A África Subsaariana é o termo utilizado para descrever os países do continente africano localizados ao sul do deserto do Saara e que não fazem parte da região conhecida como África do Norte.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast