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A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou pela terceira vez neste ano a nota de crédito da petrolífera OGX, do empresário Eike Batista. O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (15). A nota de crédito corporativo da OGX passou de CCC para CCC-, com perspectiva negativa. No mês passado, a agência já tinha revisado a avaliação da companhia, movimento que foi seguido pela Moody's. Outra mudança ocorreu em abril.

A agência atribui nota CCC para empresa "vulnerável e dependente de condições favoráveis de negócios, financeiras e econômicas para honrar seus compromissos financeiros". A mudança ocorre logo após a publicação da OGX, que anunciou na quarta-feira (13) um forte aumento do prejuízo. Foram R$ 4,7 bilhões de perdas no segundo trimestre do ano, ante resultado negativo de R$ 398,6 milhões no mesmo período de 2012.

O caixa da companhia teve redução de US$ 822 milhões neste ano, encerrando o segundo trimestre em US$ 326 milhões. No primeiro trimestre, era de US$ 1,148 bilhão. "O rebaixamento se baseia em nossa expectativa de que as fontes de caixa da empresa (incluindo a sua posição de caixa de cerca de US$ 326 milhões em junho de 2013) não serão suficientes para cobrir os seus compromissos de caixa no curto prazo", afirmam os analistas da Standard & Poor's em relatório.

A agência cita como compromissos da companhia o pagamento de juros de empréstimos, US$ 80 milhões devidos pela OGX para a OSX e o plano de investimentos da empresa no segundo semestre de 2013.Para a Standard & Poor's, a menos que a empresa recebe uma entrada de caixa significativa, são prováveis uma reestruturação nos próximos seis meses ou uma oferta de troca "desfavorável".

Em relação à liquidez da companhia, a classificação é de que ela é fraca, com base em premissas como o pagamento remanescente de US$ 80 milhões à OSX neste ano.

Os próximos pagamentos de juros relativos aos títulos em circulação da OGX são em outubro deste ano, quando vencem cerca de US$ 45 milhões, e em dezembro, com montante aproximado de US$ 110 milhões."Acreditamos que as fontes de caixa da empresa não serão suficientes para cobrir esses compromissos."

Apesar do rebaixamento, os papéis da OGX subiam 1,59% por volta das 15h30 na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Histórico

Em julho, a empresa anunciou ao mercado que vai suspender a produção de Tubarão Azul ao longo de 2014, o seu único campo "offshore" (no mar) em operação. Além disso, a empresa suspendeu o desenvolvimento dos campos de Tubarão Gato, Tubarão Tigre e Tubarão Areia."Tais eventos levaram a OGX a cancelar diversos contratos de equipamentos... resultando em um desembolso de caixa de aproximadamente US$ 449 milhões em compensação à OSX [estaleiros]", disse Luiz Carneiro, diretor presidente da OGX, no relatório de divulgação do balanço.O pagamento à OSX foi a principal causa da redução do caixa da empresa.

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