A construtora OAS, que é investigada na operação Lava Jato da Polícia Federal, teve nesta quarta-feira (7) suas notas rebaixadas novamente pela agência internacional de classificação de risco Fitch - que já tinha feito um corte no último dia 2.
Agora, as avaliações passaram para nível "D", ainda pior do que o "C", em que elas se encontravam. Ambos os níveis, porém, já refletem alta probabilidade de "default" (calote).
Em comunicado, a Fitch afirma que os rebaixamentos seguem o anúncio feito pela OAS de que não realizou o pagamento de principal e juros relacionados à sua 9ª emissão de debêntures (títulos de dívida), de R$ 103 milhões, com vencimento no último dia 5. No dia 2, a agência já havia cortado as notas do grupo OAS pelo não pagamento de outra leva de juros.
A Fitch também ressalta que, "na ausência de um evento significativo, a OAS e suas subsidiárias provavelmente entrarão em default [calote] no curto prazo". A agência afirma ainda que "considera improvável que todos os credores aceitem renegociar suas dívidas".
Notas
As notas rebaixadas nesta quarta (7) foram as seguintes: as que medem a probabilidade de inadimplência do emissor (IDRs, na sigla em inglês) em moedas estrangeira e local da OAS S.A. e da Construtora OAS, de C para RD, a nota nacional de ambas as companhias de C para RD e as notas da OAS Investments GmbH (subsidiária que emite bônus no exterior), de C para RD, e da OAS Empreendimentos (área imobiliária) de C para RD.
Além disso, a agência rebaixou a nota (Rating Nacional de Longo Prazo) da primeira emissão de debêntures (títulos de dívida) da OAS Empreendimentos - com valor total inicial de R$ 300 milhões e vencimento em novembro de 2016 -, de BBB+sf(bra) para CCCsf(bra).S&P
S&P
No último dia 5, outra agência de classificação de risco, a S&P (Standard & Poor's), cortou as notas da OAS S.A. de B+ para CC na escala global e de brBBB-/brA-3 para brCC/brC na escala nacional Brasil.
De acordo com a S&P, o rebaixamento refletiu o fato de a OAS não ter efetuado o pagamento de juros de aproximadamente US$ 16 milhões com vencimento no último dia 2.
A S&P destacou em comunicado que "as investigações sobre corrupção que envolvem a OAS têm restringido seu acesso aos mercados de capitais, e que agora é provável que a empresa decida preservar sua posição de caixa e operações, além de reestruturar sua dívida".
E acrescentou que a empresa contratou dois assessores legais (White&Case LLP e Mattos Filho Advogados) e duas consultorias financeiras (G5 e Evercore) para ajudá-la em seu processo de reestruturação de dívida e potencial venda de ativos. De acordo com a OAS, diz a S&P, a construtora dispunha de uma posição de caixa aproximada de R$ 1 bilhão em 31 de dezembro de 2014.