A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou os ratings de crédito soberano de longo e curto prazos da Grécia e de Portugal. As notas da Grécia caíram para BB+ e B, respectivamente, de BBB+ e A-2. A perspectiva para os ratings é negativa. "O rebaixamento resulta de nossa avaliação atualizada dos desafios políticos, econômicos e orçamentários que o governo grego enfrenta em seus esforços para colocar o ônus da dívida pública em uma trajetória de baixa sustentada", afirmou Marko Mrsnik, analista da S&P, em comunicado.
Segundo a S&P, as opções políticas do governo grego estão diminuindo por causa do enfraquecimento das perspectivas de crescimento econômico do país, em um momento em que as pressões por medidas de ajuste fiscal mais fortes estão subindo. "Além disso, na nossa opinião, os riscos de médio prazo relacionados ao alto ônus da dívida do governo estão crescendo, apesar dos planos de consolidação fiscal já razoáveis do governo", acrescentou a agência.
A S&P afirmou acreditar que um programa de suporte da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam o euro como moeda) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Grécia é provável. No entanto, observou a agência, as pressões para planos fiscais mais agressivos e amplos estão aumentando. "Nas nossas projeções revisadas, prevemos que a relação entre a dívida líquida geral do governo e o PIB atingirá 124% em 2010 e 131% em 2011", disse a S&P.
Portugal
A S&P rebaixou os ratings de probabilidade de inadimplência do emissor (IDR) de longo prazo em moeda local e estrangeira de Portugal para A-, de A+. Ao mesmo tempo, os ratings de curto prazo em moeda local e estrangeira foram rebaixados para A-2, de A-1. A perspectiva para os ratings é negativa.
"O rebaixamento em duas notas reflete nossa visão dos ampliados riscos fiscais que Portugal enfrenta", disse em comunicado Kai Stukenbrock, analista de crédito da S&P. O analista afirmou acreditar que "o governo português pode enfrentar dificuldades para estabilizar sua relativamente alta dívida até 2013".
"As finanças públicas de Portugal, na nossa opinião, continuam estruturalmente fracas, apesar das substanciais reformas do setor público feitas pelo governo nos últimos anos", acrescentou o analista.