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classificação de risco

Agência rebaixa rating da dívida norte-americana

Tensão em Frankfurt: notícias da Itália vieram tarde demais para bolsas europeias | Frank Rumpenhorst/AFP
Tensão em Frankfurt: notícias da Itália vieram tarde demais para bolsas europeias (Foto: Frank Rumpenhorst/AFP)

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou, pela primeira vez na história, o rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos de AAA para AA+. O rating da dívida de curto prazo dos EUA foi mantido inalterado em A-1+. Tanto o rating de curto prazo como o de longo prazo foram retirados do CreditWatch negativo, no qual haviam sido colocados em 14 de julho; a perspectiva do rating de longo prazo permanece negativa.

Ao longo da sexta-feira, já havia rumores de que a nota da dívida norte-americana seria rebaixada. Mas a agência segurou a divulgação do "downgrade" porque funcionários do Tesouro norte-americano encontraram erros na análise da S&P e contestaram-na sobre a receita do governo e a situação do déficit público do país. A agência teria reconhecido o erro, mas decidiu manter a decisão de rebaixar a dívida norte-americana, que era classificada como AAA desde 1917, o que permitia que o país tomasse emprestado recursos a uma taxa de juros mais baixa. O rating AAA significa que o governo é considerado estável e seus títulos, seguros.

"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal com que o Congresso e o governo concordaram recentemente fica aquém do que, em nossa visão, seria necessário para estabilizar a dinâmica de médio prazo da dívida. Mais amplamente, o rebaixamento reflete nossa visão de que a eficácia, a estabilidade e a previsibilidade das instituições políticas e formuladoras de políticas dos EUA enfraqueceram, num momento de desafios ficais e econômicos, a um grau que prevíamos quando atribuímos uma perspectiva negativa para o rating, em 18 de abril de 2011", disse a S&P.

Perspectiva

O inédito rebaixamento pode provocar ondas de choque nos mercados financeiros de todo o mundo e, possivelmente, prejudicar o crescimento da economia global. A notícia poderá provocar um movimento de venda de ações norte-americanas e do dólar na próxima segunda-feira, mas, paradoxalmente, poderá haver fluxos nos dois sentidos no caso dos títulos da dívida dos EUA. Alguns investidores poderão se ver obrigados a vender Treasuries, por terem de manter apenas ativos com rating AAA em suas carteiras; mas o movimento de venda de ativos de maior risco também poderá puxar investidores de volta para os títulos do Tesouro, que são vistos como "refúgio seguro global" em momentos de turbulência. Poucos mercados têm a profundidade e a liquidez do mercado de Treasuries, que totaliza US$ 9,3 trilhões.

Para os investidores, uma preocupação será a repercussão nos mercados globais. As taxas de retorno dos títulos do Tesouro dos EUA vêm sendo há muito tempo usadas como referência para uma variedade de juros, desde crédito ao consumidor até finanças corporativas. Por isso, se o rebaixamento elevar o custo para tomada de crédito do governo dos EUA, o mesmo poderá acontecer com outros mercados, à medida que os investidores se desfaçam de ativos que considerem de maior risco.

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