A mudança de comportamento dos consumidores que chegou às indústrias da música e do cinema começa a alcançar o mundo das finanças. Empresas prestadoras de serviços do setor, como as fintechs – startups que atuam no segmento – e as corretoras de investimentos independentes criam aos poucos um movimento de “desbancarização” e diversificação do mercado, antes preso às instituições tradicionais.
Para analistas financeiros e de tecnologia, as novas plataformas têm menos custos e amarras burocráticas, tornando-as mais competitivas. Mas isso não significa que elas darão fim aos bancos – ao menos, não como nós os conhecemos. “O modelo de bancos com milhares de agências espalhadas pelo país dificilmente continuará por muito tempo. A tendência é que eles se voltem mais para o on-line, com apenas algumas agências que servirão como espaço para a troca de ideias”, afirma o CEO da Litteris Consulting, Cezar Taurion.
Um termômetro capaz de indicar o aquecimento do setor é o número de empresas que surgem no mercado e o volume de investimentos. O Fintechlab, hub de startups financeiras, calcula que até setembro do ano passado havia 85 negócios no país. Já no fim de fevereiro, o número saltou para mais de 300.
Na outra ponta deste movimento, a XP Investimentos, a maior corretora independente do país, anunciou um aporte de R$ 20 milhões em campanhas publicitárias neste ano. E, em uma demonstração de força, a empresa indicou estar no páreo para a compra dos ativos do Citi Bank no Brasil e na América do Sul. “Com o aumento da divulgação dos nossos serviços, a procura cresceu de três a quatro vezes nos últimos meses”, lembra o sócio-fundador da Praisce Capital, preposto da XP em Curitiba, Antônio Marmo Júnior.
Para ele, além dos investimentos em educação financeira, a internet – em especial a móvel – teve um papel preponderante para a alta das corretoras. “Com a internet, existe a parte da praticidade para a consulta dos saldos, por exemplo, mas também a dos custos mais baixos. Por meio dela, conseguimos pôr em um mesmo lugar todos os produtos oferecidos por nós, que podem ser acompanhados em tempo real.”
Contraponto
Apesar do crescimento, para o analista de instituições financeiras da Austing Ratings, Luis Miguel Santacreu, as startups financeiras ainda não apresentam riscos aos bancos, já que estes não estão para trás nos investimentos em tecnologia.
Além disso, pesa para as instituições financeiras o fato de possuírem serviços que as outras empresas do setor não possuem. “Para fazer remessas ao exterior ou obter uma linha de crédito oficial, como as do Bndes, ainda é preciso ir às agências. Já para fazer pagamentos isso não é necessário, mas é mais vantajoso aos bancos que os clientes usem mais os canais eletrônicos, porque eles acabam barateando as operações.
Competitividade
Não é apenas o menor número de funcionários e de unidades físicas que joga a favor das corretoras de investimentos independentes. De acordo com o sócio-fundador da Praisce Capital, Antônio Marmo Júnior, por não possuírem amarras, as empresas têm a possibilidade de vender produtos de diferentes instituições financeiras. Inclusive das pequenas, que têm maior rentabilidade.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast