As empresas que prestam serviços de mídia digital estão buscando informações e orientando seus clientes para que possam atender à portaria do Ministério da Fazenda que proíbe ações no Facebook que envolvam sorteios, entrega de brindes, produtos, serviços e citem marcas comerciais sem, antes, obter uma autorização da Caixa Econômica Federal. Só estão dispensados dessa autorização os concursos culturais, artísticos, desportivos ou recreativos, que não citam marcas durante a divulgação das ações. A medida está valendo desde o dia 22 de julho.
Cecile Freire Kruger, diretora da Excom Digital, agência de comunicação digital que atua na gestão, produção de conteúdo e monitoramento de redes sociais, afirma que a portaria vai "inibir algumas promoções abusivas e até mentirosas dentro das redes sociais". Para ela, as empresas precisam se relacionar com seu público de maneira ética, legal e comprometida com resultados. "O gerenciamento das redes sociais feito por amadores ou no fundo de quintal tende a desaparecer, e isso será benéfico para todos", completa.
Burocracia
Fernanda Musardo, diretora da Musardos Consultoria Digital, diz que a autorização da Caixa é "teoricamente fácil de obter", mas demanda tempo e burocracia. Para ela, isso não combina com a mídia social, que "é um ambiente de proximidade entre marcas e clientes e é extremamente ágil".
Para facilitar a vida das empresas, lembra Cecile, a Caixa deve diminuir os prazos de liberação (que variam de 45 a 60 dias), e os documentos e certidões exigidos também podem ser obtidos on-line. Ela frisa que as empresas devem estar com os impostos em dia. Em relação às taxas, os valores são todos tabelados e acessíveis, segundo a diretora da Excom Digital.
A coordenadora dos processos da Excom Digital, Mariana Faria, conta que a empresa está se adequando à nova determinação do Ministério da Fazenda. "Nossos clientes já estão sendo informados sobre os novos procedimentos. Estamos numa fase de levantamento da documentação necessária e também de criação de novas propostas de promoções dentro da legalidade e processos exigidos", explica.
Para Fernanda Musardo, a ordem agora é planejar as ações, seguindo o que determina a lei. Além disso, completa, é importante pensar em outras formas de prestigiar, recompensar e agradecer os clientes. "O ponto positivo é que as marcas agora terão de intensificar suas atividades em seus sites, blogs e hotsites e envolver ainda mais o cliente nesses ambientes", diz.