A fotografia ao lado foi tirada na tarde de ontem, em Curitiba, durante ação-relâmpago de publicidade. Nela, agência especializada usou táticas de guerrilha para chamar a atenção. O objetivo dessa estratégia é ganhar destaque em uma disputa acirrada para atrair potenciais consumidores, ainda mais na época do Natal, quando os meios tradicionais, como televisão e revistas, estão cheios de anúncios.
A operadora de telefonia móvel Brasil Telecom GSM armou, com a ajuda da agência Refinaria Promocional, um grupo de 60 jovens com faixas e cartazes para que eles fizessem uma "passeata" no bairro Pinheirinho. A idéia dos desfiles animados por um carro de som começou a ser colocada em prática neste mês, visando ao Natal. "Queremos ter contato direto com os clientes para mostrar as vantagens de nossos produtos", explica o coordenador de marketing da empresa, Agustin Fernandez Presas.
A passeata de ontem teve direito à chegada de um helicóptero na Rua da Cidadania do Pinheirinho. Dele desceu a figura usada pela empresa em sua campanha de fim de ano, uma pessoa que encarna o "espírito de Natal". O auxiliar de almoxarifado João Maria Siqueira parou para olhar o movimento. "Que espírito é esse?", perguntou ao ver as faixas. Após a explicação, disse ter gostado da idéia. "É bom ver uma coisa para cima, que traz otimismo." Pode ser que ele e as outras dezenas de pessoas que pararam para entender o que ocorria na rua nem comprem o telefone, mas a meta de chamar a atenção foi cumprida.
Em outro canto da cidade, na esquina das ruas Brigadeiro Franco e Vicente Machado, três publicitários fizeram mais uma investida do gênero. Vestindo ternos pretos e óculos de sol no estilo "Matrix", eles levaram para o sinaleiro um cartão gigante desejando um feliz Natal aos motoristas. Para garantir o sucesso da iniciativa, os três foram acompanhados por um assessor de imprensa e, claro, avisaram todos os jornais. Guerrilha, no marketing, tem hora marcada e quanto mais cobertura, melhor. "Queríamos estimular um boca-a-boca sobre nossa empresa e também causar repercussão na mídia", diz um dos sócios da agência Tropa, Juarez Salvador.
A Tropa tem foco no marketing de guerrilha. Em novembro, organizou um ataque para a Universidade Tuiuti. Os alvos eram estudantes de cursinhos. De manhã, montaram grandes caixas enigmáticas na frente das escolas. Na saída, os futuros calouros encontraram no lugar um carro de som e um fotógrafo. "Tiramos fotos de 900 estudantes e eles puderam vê-las em um site que dava acesso à inscrição no vestibular", conta Juarez Zaleski, sócio da Tropa.
Mesmo agências acostumadas às mídias tradicionais às vezes fazem suas barricadas. A JWT, por exemplo, precisava comunicar a chegada do filme King Kong em um shopping. Pegou emprestado um carro de um desmanche e o colocou em uma praça do Batel, acompanhado de uma faixa explicativa. "Queríamos causar estranheza", diz o publicitário Leandro Pinheiro. E ele avisa: caso as autoridades permitam o uso de espaços públicos para a continuidade da campanha, os curitibanos terão outras surpresas.
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