O presidente executivo da Vale, Roger Agnelli, negou nesta sexta-feira (25) qualquer envolvimento político relacionado à possível mudança no comando da mineradora.
O comentário de Agnelli, feito em comunicado enviado pela empresa, ocorre após relatos na mídia terem informado que ele teria feito contato com políticos da oposição, buscando apoio contra a intenção do Planalto de mudar o comando da Vale.
"Não tenho envolvimento com qualquer questão política relativa a este assunto", afirmou o presidente da mineradora em nota.
"A decisão sobre a escolha do diretor-presidente da Vale compete exclusivamente aos acionistas controladores da empresa", acrescentou. "O que tenho feito nos últimos dias é o mesmo que fiz ao longo de toda a minha carreira: trabalhar".
O futuro da administração da Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro, ficou em aberto nesta semana após o jornal O Estado de São Paulo ter publicado que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu a substituição do atual presidente executivo, Roger Agnelli, em reunião com a cúpula do Bradesco, outro importante acionista controlador da companhia.
O Ministério da Fazenda não confirmou nem negou a informação, informando apenas que não comentaria o assunto.
Na estrutura da Vale, se os acionistas no bloco de controle decidirem por uma alteração no comando, uma lista com três nomes deve ser apresentada na reunião do conselho de administração. O nome escolhido deve ter o concenso de pelo menos 75 por cento dos acionistas controladores.
O governo, por meio do BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, não possui esse montante para executar a mudança, mesmo incluída a grande fatia detida pelo Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil. Por isso, precisa de um acordo com os outros grandes acionistas, Bradesco e a trading Mitsui.
Uma fonte no Palácio do Planalto disse à Reuters na quinta-feira que a intenção do governo é sacramentar a mudança na mineradora em poucos dias, antes da viagem da presidente Dilma Rousseff à China, no dia 9 de abril.
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