Poucos duvidam de que os juros baixos de 7,25% vieram para ficar ou que a inflação cederá muito além da faixa atual entre 5% e 5,5%. Para o pequeno investidor, que ganhava 1% ao mês sem esforço no fundo DI, será difícil até empatar com a inflação.
De patinho feio, a poupança se tornou imbatível quando comparada à imensa maioria dos fundos oferecidos pelos bancos comerciais.
Daqui em diante, fará toda a diferença entender bem o impacto dos impostos e da taxa de administração, que é quanto o banco cobra para cuidar do dinheiro do cliente. Uma taxa acima de 0,7% compromete o ganho de um fundo conservador se o resgate for antes de seis meses.
Também chegou o momento de o investidor buscar isenção de Imposto de Renda aplicando em fundo imobiliário, títulos e papéis atrelados a imóveis, ao agronegócio e, agora, à infraestrutura. São todas aplicações que os bancos só costumam oferecer ao cliente de alta renda.
Com juro baixo, quem quiser fazer um pé de meia para comprar um imóvel, ou para a aposentadoria, terá de economizar e guardar mais.
Ou assumir algum tipo de risco: de uma ação cair, de uma empresa não pagar uma dívida, de um empreendimento comercial falir. Ganha mais quem conhece bem o que está fazendo e consegue desviar do tiroteio.
A boa notícia é que o pequeno investidor não está sozinho. Em países que passaram por fortes reduções de juros, como os EUA, floresceu um mercado de ações sólido.
Surgiram corretoras e distribuidoras independentes, que disputaram os clientes com grandes bancos, oferecendo produtos de qualidade, baixo custo e excelente retorno. Saiba como proteger as economias e assumir risco com responsabilidade na era do juro baixo.
Rendimento da Bolsa sofre com a crise internacional
Após várias tentativas de recuperação, a Bolsa de Valores de São Paulo segue praticamente zerada neste ano. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios com ações no país, terminou a semana passada com valorização de apenas 0,9% em 2012.
O mau humor generalizado se deve às preocupações com o resgate da Espanha, novo foco da crise na Europa. Também pesam as dificuldades na recuperação da economia americana, a desaceleração na China e frustração completa do desempenho da economia brasileira.
Por outro lado, as ações de várias empresas estão com preços baixos, abrindo oportunidade de ganho para o investidor que puder esperar até acontecer uma recuperação mais sólida dos preços.
Segundo Álvaro Bandeira, economista-chefe da gestora Órama, a alta instabilidade tornou a Bolsa um lugar hostil para o pequeno investidor, que não tem muita chance de ganhar em relação aos grandes investidores.
"A Bolsa está com muitas ações com preço baixo, mas o mercado não reage. O foco está todo na crise europeia", disse.
Para Bandeira, os balanços das empresas devem vir melhores no quarto trimestre deste ano, possibilitando uma recuperação das ações de empresas voltadas ao consumo interno.
"Todas as projeções são boas para o quarto trimestre e para 2013. Mas falta aumentar a confiança."