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Curitiba – Depois dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, que estão em greve há 19 dias, agora são os veterinários e agrônomos da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) que ameaçam parar, o que provocaria o colapso das ações contra pragas e doenças nas lavouras e rebanhos e a fiscalização de produtos agropecuários. Hoje, esse trabalho já está comprometido pela paralisação dos fiscais federais, que mantêm em atividade 30% de seu pessoal.

Os veterinários e agrônomos da Seab – 280 profissionais – aproveitam a situação para cobrar do governo paranaense uma reivindicação apresentada há seis meses: a criação de um plano de carreiras próprio. "Se essas negociações fracassarem, vamos estudar a proposta de greve", disse ontem o presidente da Associação dos Fiscais de Defesa Agropecuária do Paraná (Afisa), Rudmar Luiz Pereira dos Santos. Em 19 de maio, a associação enviou à Seab um projeto de lei complementar criando esse plano, que inclui aumento do piso salarial (dos atuais R$ 1,8 mil para R$ 3,3 mil). A maioria dos estados e o próprio ministério possuem essa categoria em seus quadros.

Até segunda-feira, a Afisa, que reúne 235 profissionais, decide se aceitará assumir as atribuições dos fiscais federais. Anteontem, o ministério anunciou que vai transferir emergencialmente aos estados as atribuições dos grevistas: inspeção, fiscalização, emissão de certificados de exportação e classificação de produtos agropecuários.

A tendência é que os servidores estaduais recusem. "Não nos tratam como fiscais e agora querem que assumamos essas funções. Não temos estrutura e nem treinamento específico para esse trabalho. Além disso, temos um compomisso de apoiar a greve dos fiscais federais", afirmou Santos. A assessoria de imprensa da Seab informou que a secretaria só se manifestará sobre esse assunto após receber a comunicação oficial da decisão do ministério.

Hugo Caruso, integrante do comando nacional de greve, disse que a transferência do trabalho aos estados é inócua, porque os importadores só aceitam produtos com certificação federal. A associação da categoria ingressou na Justiça para anular a decisão do ministério.

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