Com a arrecadação de impostos crescendo abaixo do esperado e as despesas em alta contínua, os resultados das contas do governo federal continuam distantes das metas prometidas para o ano. Segundo o Tesouro Nacional divulgou ontem, a receita de agosto superou em exatos R$ 87 milhões as despesas com pessoal, custeio administrativo, programas sociais e investimentos.

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Um mês depois da promessa oficial de maior rigor no controle das despesas, o superavit primário – isto é, sem considerar as pagamentos de juros da dívida – foi bem inferior ao R$ 1,6 bilhão de um ano antes e o pior desde 1996, quando houve deficit.

O mês é normalmente favorável para as contas públicas, por concentrar o pagamento de dividendos de estatais ao Tesouro. Essa fonte de recursos, no entanto, dá sinais de esgotamento. Entre lucros declinantes e menos folga no caixa, as empresas pagaram R$ 4,8 bilhões a seu controlador no mês passado, contra R$ 5,8 bilhões um ano antes. A piora reduziu as possibilidades de atingir sem truques de contabilidade a meta de poupar neste ano R$ 73 bilhões para o abatimento da dívida pública – e, principalmente, para ajudar no combate à inflação. O saldo dos primeiros oito meses do ano está em R$ 38,5 bilhões, bem abaixo dos R$ 53,6 bilhões do período correspondente de 2012.

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Mesmo o tradicionalmente otimista secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse ontem que "o resultado requer atenção" e previu mais um aumento de despesas em setembro, quando a Previdência paga parte do 13º dos aposentados. Augustin não foi assertivo ao responder se a União esta disposta a eventualmente elevar sua meta fiscal para compensar os superávits abaixo do previsto nos estados e municípios: limitou-se a dizer que ainda considera a meta atual suficiente.