A queda sazonal no consumo de alimentos, automóveis e combustíveis fez a indústria do Paraná registrar recuo de 11,95% no faturamento de janeiro em relação a dezembro. Ainda assim, na comparação com janeiro do ano passado, a receita obtida com as vendas no primeiro mês deste ano é 4,46% superior. "Nós estamos, na verdade, em trajetória de elevação, que vem desde o último trimestre do ano passado. Há uma recuperação, que é muito ligada ao agronegócio", afirma Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Os números do final de 2006 foram os melhores para a indústria do Paraná desde 2002, com desempenho positivo em segmentos como máquinas, implementos agrícolas e fertilizantes.
A tendência para os próximos meses, explica Schmitt, é um primeiro semestre com resultados superiores aos do primeiro semestre de 2006. O segundo semestre, historicamente, costuma ser ainda melhor que o primeiro para a indústria paranaense. "Se isso ocorrer, certamente fecharemos o ano com um resultado melhor", acredita o coordenador.
As previsões animadoras coincidem com a projeção, por diversas entidades ligadas ao agronegócio, de safra de grãos recorde no estado. Maurílio Schmitt salienta que a agricultura ainda desempenha um papel importante na economia paranaense e tem grande influência na indústria, mas esta não é completamente dependente do campo.
"Se fosse assim, as quedas na indústria em 2006 e 2005 teriam sido catastróficas. O agronegócio é importante, mas existe um contrabalanço com outros segmentos, como o automotivo, que não depende somente da economia paranaense, muito menos do desempenho no campo", diz o coordenador do Departamento Econômico da Fiep.
Setores
De acordo com a pesquisa Indicadores Conjunturais, o segmento que exerceu maior pressão negativa sobre o faturamento da indústria em janeiro foi o de "Produtos Alimentícios e Bebidas", com queda de 16,15%. A "Fabricação e Montagem de Veículos Automotores" faturou 12,25% a menos que em dezembro, e o "Refino de Petróleo e Produção de Álcool" teve retração de 9,43% nas vendas. "A retração em janeiro é sazonal e se deve à baixa produtividade da indústria no período", justificou o presidente da federação, Rodrigo da Rocha Loures.
Por outro lado, segmentos como "Material Eletrônico e de Comunicações", "Produtos Têxteis" e "Couro, Artigos de Viagem e Calçados" tiveram aumentos expressivos no faturamento em janeiro.
Emprego
A pesquisa Indicadores Conjunturais revela ainda que o nível de emprego na indústria caiu 2,93% entre dezembro e janeiro em 15 dos 18 setores acompanhados pela Fiep. Entre os que mais demitiram trabalhadores estão "Fabricação e Montagem de Veículos Automotores" (-18,23%), "Móveis e Indústrias Diversas" (-10,52%) e Material Eletrônico e de Comunicações" (-8,50%).
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast