O início da recuperação da renda do agronegócio está fazendo as vendas de carros no Paraná acompanharem de perto o forte crescimento observado em todo o Brasil. Se em 2004 e 2005 o aumento dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves superou a média nacional, no ano passado o crescimento estadual ficou longe da expansão vivida pelo mercado brasileiro. Em 2006, o número de automóveis e comerciais leves emplacados no estado avançou apenas 1,3%, frente a um aumento de quase 13% em todo o país, segundo a divisão regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-PR).
Os dados do primeiro trimestre mostram uma recuperação do mercado estadual. A venda de carros atingiu 42 mil unidades no período, superando em quase 20% o volume vendido entre janeiro e março do ano passado enquanto isso, a média nacional avançou 18,5%. No segmento de "autoveículos", que também considera ônibus e caminhões, o crescimento paranaense foi de 18,5%, frente aos 17,9% do mercado brasileiro.
"Os paranaenses estão mais confiantes na economia do estado. Nos últimos dois anos, dependemos muito das incertezas da agropecuária, por conta de problemas como a seca, a gripe aviária e a gripe aftosa. Isso dificultou muito para as concessionárias, uma vez que boa parte das vendas feitas nas grandes cidades do estado são para empresários do agronegócio", diz o diretor da Fenabrave-PR, Luiz Antônio Sebben. Ele lembra que, no ano passado, o desempenho das vendas em Curitiba já havia sido bastante positivo, mas os maus resultados no interior puxaram a média estadual para baixo. "A apreensão acabou, e finalmente entramos na maré positiva da economia brasileira."
O bom momento das revendedoras de veículos novos se reflete no mercado de usados, segundo o diretor regional da Fenabrave. "Nossas estimativas indicam que, para cada veículo novo, quatro seminovos trocam de mãos. Isso faz com que exista um movimento muito grande na economia, desde os níveis de maior poder aquisitivo até os de renda menor."
Para Sebben, outro fator positivo, além da recuperação vivida pelo agronegócio, é a renovação da frota do governo estadual. "A Secretaria de Educação, a Polícia Militar e o próprio DER [Departamento de Estradas de Rodagem] estão trocando seus veículos, o que também dá um certo impulso para as vendas."
No entanto, ao menos um aspecto deve ser considerado na análise do bom desempenho paranaense: como o IPVA cobrado no estado é de apenas 1% em estados como São Paulo, chega a 2,5% , muitas locadoras emplacam seus veículos aqui, mesmo que eles tenham sido comprados em outros locais. Isso acaba engordando artificialmente os números do Paraná.
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