A desaceleração da economia parece não ter afetado o agronegócio. Pelo menos não negativamente, já que a desvalorização do real impulsionou as exportações e fortaleceu o setor ao longo do último ano. O país encerrou o primeiro trimestre de 2016 com exportações recordes e o Paraná desponta como um dos nomes fortes nesse cenário, respondendo por 33% do que foi vendido pelo Brasil no período.
E esse bom desempenho afetou também as universidades, que viram um interesse crescente por cursos de pós-graduação na área. De acordo com o coordenador do curso de Agronegócio da Unicesumar, Silvio Silvestre, os profissionais do setor estão acompanhando os bons resultados e buscam uma especialização para também tirarem melhor proveito do momento. “O produtor está vendo a necessidade de buscar mais conhecimento. Isso permite que ele se torne mais qualificado e competitivo, além de permitir uma melhor posição dentro das cooperativas”, explica o professor.
Para ele, a disparada do dólar no ano passado também serviu para abrir os olhos de muita gente, fazendo com que eles passassem a dar mais valor à gestão de negócios e a ver a sua produção realmente como um empreendimento. “E o curso faz com que o indivíduo tenha uma visão sistêmica da cadeia produtiva, ajudando a potencializar sua receita, mostrando onde e como investir, além de minimizar prejuízos e gastos desnecessários”.
Como aponta o diretor geral da Escola de Comunicação e Negócios da UP, Rogério Mainardes, o profissional precisa ter uma visão de negócio e não apenas de produção, e os cursos servem para ajudá-lo a pensar “da porteira para fora”. No caso do MBA em Inovação, Gestão e Estratégia no Agronegócio da universidade, o foco é exatamente identificar tendências e permitir que os profissionais busquem diferenciais tanto no campo quanto no mercado em si.
Como esses cursos são muito mais voltados aos negócios do que à própria questão agrícola, as práticas também partem de estudos de casos e simulações baseadas nas cadeias produtivas do Paraná e do Brasil. “Temos um grupo de estudos que traz informações de experiências nacionais e internacionais para que possamos trabalhar e simular diferentes situações em sala de aula”, destaca Mainardes. “Além disso, temos também alguns conexões internacionais que nos permitem mostrar as vantagens do produto brasileiro, ajudando a criar oportunidades. O objetivo é manter o profissional antenado, atento a tudo o que está acontecendo no momento”.