Plantação de soja no Oeste do estado: questões climáticas mexeram com o PIB em locais como Toledo e Guarapuava| Foto: Josue Teixeira/Gazeta do Povo

Em queda

Capitais têm a menor participação desde 1999

O ano de 2011 mostrou um retrato pouco menos desigual na distribuição de riqueza entre os municípios brasileiros. Mesmo assim, a renda dos 10% mais ricos era 94,9 vezes superior ao dos 60% mais pobres. Em 2010, a distância entre pobres e ricos era maior: 96,7 vezes. Em 2007, chega­va a 99,3 vezes. A pesquisa mostra também que as capitais tiveram a menor par­ticipação na geração de riqueza do país desde 1999. Elas geravam naquele ano 39,67% do PIB e esse porcentual caiu para 33,69%. A renda gerada por seis municípios (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Manaus) correspondeu a 25% da riqueza do país. Esses municípios representavam 13,7% da população. Ao se agregar a renda de 55 municípios, chegava-se à metade do PIB nacional e a 30,9% da população.

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Paraná vai da Dinamarca à Mongólia

Uma análise do PIB per capita dos municípios do Pa­raná em 2011 mostra que a desigualdade entre a renda média dos paranaenses coloca vizinhos em extremos da tabela

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De 2010 para 2011, o cenário de geração de riquezas nas cidades paranaenses que mais sofreu mudanças foi o relacionado à agropecuária, mostram estatísticas do IBGE divulgadas ontem. A comparação entre os dois anos aponta que a oscilação frequente nos preços das commodities e os obstáculos climáticos já têm reflexo na participação de municípios agrícolas no PIB nacional. Três das quatro cidades do Paraná que se mantiveram no ranking das cem que mais contribuem para compor o PIB nacional da agropecuária sofreram queda de posições – Castro, Telêmaco Borba e Tibagi. A exceção foi Cascavel.

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Os quadros relacionados à indústria e a serviços permaneceram estáveis, assim como a posição de Curitiba como 4.º maior PIB do país (R$ 58 bilhões). Mas vale lembrar que as quedas não representam decréscimo de produção de riquezas. A maioria dos 399 municípios paranaenses mostraram PIB maior em 2011 que em 2010. As duas exceções mais drásticas foram Nova Esperança (que caiu de R$ 384 milhões para R$ 375 milhões) e Douradina (de R$ 354 milhões para R$ 335 milhões).

Vulnerável

Para o economista Jan­dir Ferreira de Lima, da Uni­versidade Estadual do Oes­te do Paraná (Unioeste), o cenário mostra a ausência de um plano de desenvolvimento regional, uma vez que a produção de riquezas do estado se encontra há anos concentrada na Região Metropolitana de Cu­ri­tiba (RMC). "Em uma única região está 60% do PIB do Paraná", calcula. Uma das poucas expansões vem ocorrendo para cidades do entorno da Grande Curitiba, que têm se beneficiado com a falta (e custo) dos terrenos na região metropolitana.

Lima também afirma que a economia de cidades agrícolas do Oeste parece cada vez mais vulnerável a fatores climáticos. Ele cita Toledo, cuja produção de soja e de milho tem sofrido baques constantes com geadas no inverno e as estiagens no verão. Em 2011, a cidade saiu do ranking das que mais contribuem com o PIB da agropecuária nacional – assim como Guarapuava. A diferença, diz Lima, é que Guarapuava tem a justificativa de estar em meio a uma "reestruturação" econômica, com a substituição da agropecuária pela extração madeireira.

Ultrapassagem

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Outra mudança mais expressiva no PIB das cidades paranaenses ocorreu na lista de municípios com maiores PIB per capita. Paranaguá ultrapassou São José dos Pinhais no ranking, impulsionada pelo aumento na arrecadação e no setor de serviços. Também contribuiu o fato de Paranaguá ter mantido população estável, enquanto em São José dos Pinhais o número de moradores cresceu. "O setor de serviços ligado ao porto contribuiu para o crescimento do PIB de Paranaguá, mas a população estável também ajudou muito", afirma Suryane.