Água de Cheiro abre pedido de recuperação judicial

A Água de Cheiro, rede de perfumarias mineira fundada em 1976, registrou pedido de recuperação judicial na última sexta-feira (29), na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A iniciativa veio em resposta a um pedido de falência ajuizado anteriormente contra a empresa por um de seus credores, segundo o advogado da empresa, Fernando Ferreira. A empresa já vinha em processo de reestruturação, mas a renegociação das dívidas não foi aceita por parte dos credores. De acordo com Ferreira, a concorrência dos produtos importados abalou o negócio.

"O objetivo da empresa é permanecer ativa. Nada muda na relação com os franqueados, que continuarão a receber os produtos solicitados normalmente", disse. A marca, que em 1980 começou processo de franchising abrindo unidades em todo o país, foi adquirida em setembro de 2009 pelo grupo Globalbras, holding fundada pelo empresário Henrique Alves Pinto, que ao longo de sua história também realizou investimentos em empresas como Tenda (construção civil), Globalbev (alimentos e bebidas), Colt Aviation (aviação) e outros.

A rede passou de cerca de 270 lojas em 2009, quando foi adquirida, para mais de 900 unidades nos anos seguintes, conforme informações disponibilizadas no site da empresa. Segundo informou a perfumaria na época, a receita cresceu quase quatro vezes e atingiu R$ 375 milhões em 2011, entrando em dificuldades operacionais nos anos seguintes.

No ano passado, a gestão da Água de Cheiro foi assumida por um grupo de investidores liderado pelo norte-americano Paul Block. O investidores estrangeiros, entretanto, deixaram a empresa poucos meses depois, quando foi divulgado que a distribuidora Passion ficaria como vendedora dos produtos da marca.