Segundo o chanceler Celso Amorim, é preciso agir rapidamente para que um acordo comercial global seja possível| Foto: Jamil Bittar/Reuters

Um acordo comercial global ainda é possível se os líderes mundiais trabalharem rapidamente apesar do fracasso da Rodada de Doha no mês passado, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista ao jornal francês Le Monde desta terça-feira (12).

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"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a sensação de que ainda há uma pequena chance de concluir essas negociações", disse ele. "Não será algo indolor para todos, mas temos que agir rapidamente, marcar uma reunião para meados de setembro, em Brasília ou em algum outro lugar, antes que fatores políticos - como as eleições nos EUA e na Índia - interfiram ainda mais."

O Brasil tem tentado reiniciar as conversações na Organização Mundial do Comércio desde o fracasso resultante de diferenças sobre propostas para mecanismos de proteção de importação em países em desenvolvimento.

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Em visita à China, onde assistiu à abertura das Olimpíadas de Pequim, Lula conversou com o presidente local, Hu Jintao, sobre a retomada das discussões. Antes, ele já havia conversado com o presidente dos EUA, George W. Bush, sobre a mesma questão.

"Se retomarmos as negociações rapidamente, provavelmente continuaremos de onde paramos. Mas se a retomada ocorrer em dois ou três anos, eu temo que os reflexos de novos cálculos e protecionismo terão tempo de colocar em questão todos os acordos aos quais chegamos", apontou o ministro.

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