Novos investimentos que gravitam ao redor da ampliação da fábrica da Klabin, em Ortigueira, e da construção da nova planta em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, começam a aportar no estado. Na última semana, a multinacional Air Liquide anunciou a construção de uma Unidade Separadora de Ar (ASU) para atender a fábrica de papel e celulose em um projeto de 40 milhões de euros (o equivalente a R$ 11 9,6 milhões). A ASU vai fornecer oxigênio, usado no processo de branqueamento da celulose.
Doze unidades de produção da Air Liquide atendem cerca de 3 mil clientes na Região Sul. No entanto, essa será a primeira ASU da empresa no Paraná. "A opção pelo estado é parte de um projeto de expansão que visa nos aproximar de mercados em desenvolvimento para firmar novas parcerias e oferecer soluções aos clientes que já temos na região", explica, por e-mail, o diretor-geral da Air Liquide Brasil, Rui Coelho.
A instalação na fábrica vai exigir mão de obra especializada, além de outros profissionais para as áreas administrativas, de operação e comercial, mas a empresa não informou sobre o número de contratações.
Além da Klabin, a nova ASU fornecerá oxigênio excedente, além de nitrogênio e argônio, para outras indústrias paranaenses e de estados vizinhos como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A grande aposta da empresa é ampliar sua participação no setor de saúde nessas regiões.
Segundo o diretor-geral, a separação dos gases é feita após o processo de "captura" do ar. "Um compressor retira o ar da atmosfera e em seguida ele é comprimido. Depois, é purificado."
Em seguida, o ar é submetido à alta pressão e expandido, passando para o estado líquido (liquefação). "A partir daí, o ar liquefeito passa para a destilação e é nesse processo que conseguimos extrair as substâncias de interesse."
História
Líder mundial no segmento, a Air Liquide está presente em 80 países, tem cerca de 50 mil funcionários e atende a mais 2 milhões de clientes. Fundada em 1902, opera no Brasil desde 1945, onde emprega 1,2 mil profissionais e vende para mais de 80% dos estados brasileiros. A empresa fornece gases para os segmentos de metalurgia, petroquímico, vidro, papel, eletrônico e alimentício, além de hospitais e laboratórios de saúde.