Os ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) decidiram que a liberação da próxima parcela de 12 bilhões de euros do empréstimo de 110 bilhões de euros aprovado para a Grécia no ano passado deve ocorrer em meados de julho, após o Parlamento grego aprovar as medidas de austeridade. A decisão foi tomada ontem, após reunião das autoridades.
O pagamento dos 12 bilhões de euros é composto por 8,7 bilhões de euros da União Europeia e 3,3 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI). O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, enfrenta amanhã uma votação de confiança no Parlamento.
G-7
Ontem, uma teleconferência entre os líderes do G-7 (grupo das sete maiores economias do mundo) tratou da situação política da Grécia, do risco de contágio e dos planos para a participação dos credores privados do país em um novo pacote de resgate. Segundo uma autoridade da zona do euro, alguns membros do grupo "pediram um plano mais sólido com relação à participação dos credores privados".
O grupo discutiu a possibilidade de a crise grega afetar outros membros da zona do euro e a capacidade do governo grego de aprovar e implementar, com sucesso, um severo pacote de austeridade no fim de junho - o que é um pré-requisito para qualquer nova assistência.
Em comunicado divulgado ontem, os ministros disseram que concordaram em "buscar o envolvimento voluntário do setor privado na forma de rolagens informais e voluntárias da dívida grega existente". "O pensamento original era de que cerca de 30 bilhões de euros do novo pacote para a Grécia viriam da participação dos credores privados, mas a linguagem usada no comunicado nem um pouco sugere que tal montante é viável. Em essência, diz: se (o credor privado) tem vontade, por favor nos ajude individualmente", declarou a fonte.
Natalie Wyeth, uma porta-voz do Departamento do Tesouro dos EUA, confirmou que uma teleconferência foi realizada ontem, mas não quis dar maiores detalhes. Segundo uma fonte da zona do euro, durante a teleconferência os EUA pediram uma rápida solução para a crise grega.
A Grécia recebeu um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros no ano passado dos parceiros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), para evitar um default (não pagamento da dívida). No entanto, houve pouco progresso nas finanças do país e um segundo resgate - que poderia alcançar 100 bilhões de euros ou mais - está sendo discutido.
Em troca da nova ajuda, a Grécia prometeu aprovar e implementar outros 28 bilhões de euros em medidas de austeridade, que incluem mais cortes de gastos e novos impostos.