O ajuste fiscal previsto para 2015 deve prolongar a espera de concurseiros pela abertura de novas vagas. Prevista na proposta de orçamento ainda em votação no Congresso, a redução na contratação de novos servidores deve ser uma estratégia do governo para atingir as metas do programa de austeridade, que inclui economia de R$ 18 bilhões neste ano. Apesar do aperto, alguns editais devem ser lançados nos próximos meses, entre eles o INSS e a Receita Federal, que prevê salários de até R$ 15 mil.
Como prevê o Anexo V da proposta, o governo deve contratar pouco mais de 24 mil novos servidores neste ano, menos da metade dos 50 mil contratados em 2014. Com o orçamento enxuto, o governo deve priorizar determinados concursos. Segundo o Ministério do Planejamento, as áreas prioritárias são educação, saúde, segurança pública e previdência social.
“Esse corte é sempre uma alternativa para ajudar no ajuste e 2015 será um ano difícil nesse sentido, a tendência é priorizar as vagas já em aberto e a substituição de terceirizados”, diz a economista da UFPR Melody Porsse, especializada em administração pública.
Paraná
No âmbito estadual, os concurseiros também terão que esperar pela próxima oportunidade, já que, no início do ano, o governador Beto Richa (PSDB) assinou um decreto que proíbe a contratação de novos servidores no âmbito da Administração Pública direta e indireta. De acordo com o documento, devem ser autorizadas apenas contratações de casos excepcionais e mediante justificativa.
O primeiro bimestre não trouxe grandes oportunidades para quem quer garantir uma vaga no funcionalismo público. As últimas seleções, dentre os órgãos mais visados, aconteceram em 2014 e foram da Receita Federal, que abriu pouco mais de duzentas vagas, e da Polícia Federal, que selecionou 600 candidatos. Neste ano, a maioria dos editais deve ser publicada no segundo semestre.
Perfil de servidor
Além de salários atraentes, estabilidade e benefícios, Ricardo Ferreira destaca que o candidato deve avaliar se realmente tem o perfil de um servidor público e se encontraria realização no cargo pretendido. Segundo ele, há um grande grau de insatisfação no funcionalismo público devido a essa inversão de valores, na qual o candidato prioriza o salário e acaba tendo de realizar um trabalho que não se adequa à sua personalidade. “Essa questão é fundamental e deveria ser mais avaliada do que a própria remuneração”, diz.
“Na verdade, as decisões por um ou outro concurso são motivadas mais por articulações políticas do que constatações técnicas”, diz Ricardo Ferreira, especialista em concursos públicos e autor de livros na área.
Esse corte é sempre uma alternativa para ajudar no ajuste e 2015 será um ano difícil nesse sentido, a tendência é priorizar as vagas já em aberto e a substituição de terceirizados.
Uma exceção deve ser o INSS, um dos mais aguardados, que, segundo o Ferreira, deve abrir nos próximos meses, já que, com o diagnóstico do Tribunal de Contas da União, constatou-se que, com o número de aposentadorias em andamento, os serviços podem ser prejudicados caso não haja contratação em breve. Há algo em torno de 10 mil funcionários em condições de se aposentar e previsão de mais 10 mil até 2017, o que representa a metade do quadro total de funcionários.
Congresso prepara reação à decisão de Dino que suspendeu pagamento de emendas parlamentares
O presente do Conanda aos abortistas
Governo publica indulto natalino sem perdão aos presos do 8/1 e por abuso de autoridade
Após operação da PF, União Brasil deixa para 2025 decisão sobre liderança do partido na Câmara
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast