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A presidente Dilma Rousseff lançou mão de duas décadas de estagnação ou crescimento lento no Brasil, entre 1980 e 1990, para sugerir à Europa que rompa com o ciclo de "ajustes fiscais extremamente recessivos" para combater a crise. O conselho foi dado ontem ao primeiro-ministro demissionário da Bélgica, Yves Leterme, no primeiro dia da visita de Dilma a Bruxelas. Em resposta, o premiê afirmou que o ajuste no bloco é "equilibrado".

O encontro entre Dilma e Leterme serviu como prévia para a reunião de cúpula União Europeia-Brasil, que ocorre hoje. Mostrando-se preocupada com a possibilidade de contágio pela crise econômica enfrentada pelos 17 países da zona do euro, a presidente afirmou que o país está tomando "todas as medidas para reduzir o eventual impacto desta crise".

"Os países desenvolvidos devem agir no interesse de seus povos para de fato garantir que eles não sofram as consequências do desemprego e da redução de suas garantias sociais", defendeu. Dilma lembrou que a América Latina passou nos anos 1980 e 1990 por uma crise de dívidas, que causou "perdas bastante significativas". "Dificilmente se sai da crise sem aumentar o consumo, o investimento e o nível de crescimento da economia."

Instantes depois, Yves Leterme – premiê que deixará o cargo para assumir funções na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – concordou que as políticas macroeconômicas devem encontrar um ponto de equilíbrio entre o rigor e o incentivo ao crescimento. Mas lembrou que, desde a última reunião de cúpula do Conselho Europeu, o bloco está empenhado em equilibrar as políticas de rigor com investimentos que garantam o crescimento. "No conselho de 21 de julho decidimos dar novos impulsos à economia da Grécia, mobilizando meios que estavam nos fundos estruturais e que até aqui não haviam sido usados", argumentou.

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