
Teste de estresse
Para FMI, bancos estão frágeis
O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez ontem um alerta sobre a frágil situação dos bancos da Europa na véspera da planejada divulgação dos resultados dos testes de estresse realizados com as instituições para saber se elas resistiriam a choques financeiros. O FMI afirmou que os bancos europeus permanecem com fundos insuficientes e que é "decisivamente importante colocar imediatamente em prática e anunciar planos confiáveis" para lidar com os bancos que não forem aprovados nos testes.
Além disso, o FMI alertou que os bancos da zona do euro e de outros locais estão atrasados na obtenção de financiamentos para este ano. "Isso está os tornando vulneráveis a mais apertos nas condições de financiamento, o que destaca a importância de acelerar o ritmo com o qual eles rolam os vencimentos, já que as rolagens continuam substanciais apesar da desalavancagem em andamento", afirmou. O FMI disse que o progresso no fortalecimento e no reparo do setor financeiro tem sido muito lento e que "iniciativas políticas são urgentemente necessárias para manter os sistemas financeiros resistentes a novos choques sistêmicos".
Agência Estado
O Senado italiano aprovou ontem o pacote de austeridade elaborado pelo governo, que prevê cortes de 79 bilhões de euros para evitar que o país seja o próximo a afundar na crise da dívida europeia. O plano deve passar ainda pela Câmara dos Deputados, onde será submetido a votação hoje. Aprovado pelo Conselho de Ministros em 30 de junho passado, o pacote de medidas de austeridade contou com 161 votos a favor, 135 contra e três abstenções.
Pressionado pelos mercados e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo italiano anunciou na quarta-feira um reforço no pacote de ajustes fiscais para evitar que a crise chegue ao país. O novo pacote ampliou o aperto para 79 bilhões de euros, que permitirão ao governo economizar 32 bilhões de euros adicionais. O objetivo do plano é trazer o deficit público para perto de zero até 2014, alvo que foi estipulado pela União Europeia. O FMI cobra que o rombo nas contas públicas, que foi de 4,5% no ano passado, baixe para 3% até o ano que vem.
As mudanças no pacote vão incluir privatizações de empresas estatais e redução de benefícios fiscais, além de cortes de gastos, anunciou o ministro de Finanças da Itália, Giulio Tremonti. O decreto para equilibrar o orçamento será reforçado para um período de quatro anos completos, disse o ministro, na associação de bancos do país.
Tremonti ainda confirmou que não pretende renunciar ao cargo. A declaração foi feita depois de semanas de informes na imprensa italiana sobre divergências entre ele e o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que contribuíram para os temores quanto à estabilidade política do país. "Não vou renunciar", assegurou Tremonti. Ele vinha sendo criticado por outros integrantes do governo liderado por Berlusconi por insistir em um Orçamento equilibrado até 2014. O primeiro-ministro, derrotado em uma série de eleições municipais em maio, prometeu reduzir impostos, o que prejudicaria os esforços para equilibrar as contas do governo, o que alimentou os rumores de divergências entre ele e Tremonti.
O presidente do BC italiano e futuro presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, cobrou a adoção urgente das medidas. A Itália é a terceira maior economia da zona do euro e tem a segunda maior taxa de endividamento da região, de 120% do Produto Interno Bruto. Ela está no topo da lista de países europeus em risco de quebrar e que já inclui Grécia, Irlanda e Portugal.
A crise da dívida europeia foi uma consequência da crise econômica de 2008. Para proteger a economia, os governos aumentaram suas despesas. Aqueles que já tinham gastos públicos elevados viram a dívida estourar, junto com as taxas de juros. Essa bola de neve levou os países periféricos a atingir déficits públicos recordes, perdendo a capacidade de pagar a dívida.
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