• Carregando...

O dólar fechou em alta frente ao real nesta segunda-feira, com o mercado prestando atenção no cenário internacional em uma sessão de volume relativamente enxuto.

A moeda norte-americana subiu 0,65%, para 1,692 real. Nos últimos sete dias, o dólar acumulava queda de 2,3%, atingindo o menor nível desde setembro de 2008.

O volume de negócios registrados na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa somava 1,1 bilhão de dólares a poucos minutos do fechamento. A média diária em setembro foi de pouco mais de 3 bilhões de dólares.

"Está muito fraco", resumiu o operador de uma corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado. "E, como afundou o S&P 500 (índice de ações em Nova York), aqui o dólar acompanhou, sem muita força."

Enquanto o mercado brasileiro encerrava as operações, o S&P 500 caía 0,9% e o dólar subia 0,5% em relação a uma cesta com as principais moedas.

Após um mês de lucros na bolsa de valores norte-americana, os investidores se preparavam para uma semana carregada de indicadores, com destaque para o relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, com divulgação na sexta-feira. Além disso, notícias sobre Irlanda, Portugal e Grécia justificavam a queda do euro.

O predomínio do cenário externo deixou em segundo plano a discussão sobre a campanha presidencial no Brasil. Para a maioria dos analistas, a indefinição entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) deve adiar possíveis medidas do governo de intervenção no câmbio - o que, para eles, deve favorecer a queda do dólar ao longo deste mês.

"As medidas para lidar com a apreciação do real, particularmente em termos de política fiscal, terão que ser adiadas um pouco mais", acredita Mauricio Rosal, economista para América Latina da corretora Raymond James.

A probabilidade, porém, não é vista de forma unânime. Para Zeina Latif, economista do RBS, o governo pode atuar de forma mais firme contra a baixa do dólar para evitar críticas de Serra à política cambial durante a campanha.

Nesta segunda-feira, a atuação do governo restringiu-se a dois leilões de compra de dólares do Banco Central. A assessoria de imprensa do BC afirmou que a instituição "não define sua atuação em função do cenário político".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]