O presidente eleito do Peru, Alan García, disse na sexta-feira que apostará em uma união da América do Sul liderada pelo Brasil e que evitará converter a região em um "campo de combate" permanente com o mandatário venezuelano Hugo Chávez. A região tem como projeto a criação da Comunidade Sul-Americana de Nações, que foi lançada no Peru em 2004 mas que caminha lentamente devido a discrepâncias regionais e aos diferentes níveis de abertura comercial e desenvolvimento social.
García, que voltará a ser presidente depois de duas décadas de seu primeiro governo, disse que para impulsionar essa comunidade o Peru buscará melhorar sua relação política e comercial com o Brasil, o maior mercado da região com 186 milhões de habitantes de um total de 370 milhões de sul-americanos. "Creio que a relação do Peru com o Brasil é essencial porque é o grande bloco central da América Latina (...) e sobre esse grande bloco central tem que se construir a união sul-americana", disse García em uma coletiva à imprensa estrangeira.
E acrescentou: "A primeira prioridade de nossa política externa será a união sul-americana. Não podemos perder de vista que o mais moderno e ao mesmo tempo o mais anti-imperialista que existe é consolidar a América do Sul (...) para que se possa atuar e negociar com os grandes blocos internacionais", afirmou.
Recentemente, García e Chávez trocaram farpas depois que o presidente venezuelano declarou abertamente apoio ao esquerdista Ollanta Humala nas eleições presidenciais peruanas. O ato foi classificado de intromissão pelo governo do Peru, que retirou seu embaixador de Caracas. A Venezuela repetiu o gesto.
Antes, Chávez havia anunciado a retirada da Venezuela da Comunidade Andina de Nações depois da decisão de Colômbia e Peru de assinar acordos bilaterais com os Estados Unidos.
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