| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

A competição no mundo do trabalho estimula o individualismo e faz as pessoas esquecerem do trabalho como uma função social?Não tenho certeza se o mundo corporativo é uma tentação maior que as demais para ações desvirtuantes. Descobrimos em nossa pesquisa que as mesmas posturas são válidas nos negócios, nas empresas e nos governos. Se você pensar nesses três vetores, todos têm as suas tentações e oportunidades para que injustiças sejam cometidas. Acreditamos que isto seja um problema humano. Porém, no mundo corporativo, os desvios são expostos mais intensamente.

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A crise financeira de 2008 pode ser definida como uma crise moral?

Com certeza, sim. É imoral em sua essência. Nos Estados Unidos, a discussão sobre alavancagem imobiliária não é somente um problema governamental ou de mercado, e sim humano. Pessoas que não conseguiriam bancar a compra de casas receberam empréstimos para aquisições muito superiores ao seu ganho. É um problema de cobiça, de não querer viver dentro de suas possibilidades. Posso culpar os indivíduos, o governo... mas, no fim, percebemos que estamos em um sistema que não se sustenta e entra em colapso.

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