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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) garantiu nesta quarta (24) que o governo não vai colocar dinheiro do Tesouro no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para tocar o novo plano para desenvolver a indústria brasileira. O programa foi anunciado nesta semana com a previsão de financiar R$ 300 bilhões até 2026.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), afirmou que parte dos recursos que serão financiados pelo BNDES será “captado no mercado”, e que críticas ao plano comparando a iniciativas do passado são mera “desinformação”.
“Não tem nada a ver com questão fiscal. O governo não vai fazer nenhum aporte de dinheiro para o BNDES, não vai colocar recurso a mais no BNDES. O que existe é a neoindustrialização, a nova indústria, que é importante. Ela é inovadora, verde, produtiva e exportadora”, disse em entrevista ao UOL.
De acordo com ele, o governo também não pretende comprar ações de empresas que participarem do programa, e que o BNDES está estudando um aporte de R$ 8 bilhões para o fundo de minerais críticos. “O que ele vai fazer é participar de um fundo para desenvolver minerais e biotecnologia”, completou.
Ainda segundo o vice-presidente, o plano de industrialização será voltado a todos os setores, sem distinção.
“São politicas horizontais, pesquisa, desenvolvimento e inovação. É para todo mundo. Têxtil, agricultora, serviços. É horizontal, política externa, desburocratização”, afirmou ressaltando que o plano tem “meta, resultado e punição” às empresas que não cumprirem os contratos.
O plano de industrialização lançado nesta semana prevê seis eixos prioritários para investimentos, voltados às cadeias agroindustriais, saúde, bem-estar nas cidades, transformação digital, descarbonização e defesa.
O anúncio do plano, no entanto, não repercutiu bem no mercado financeiro. O dólar subiu o Ibovespa caiu na segunda-feira (22) explicitando as preocupações dos agentes com o impacto fiscal das medidas e com o possível aumento da inflação, o que impediria o Banco Central de manter a trajetória de quedas juros.
O presidente Lula disse na segunda-feira, se referindo aos ministros que seriam cobrados por resultados, que dinheiro "não era o problema". "O problema não termina aqui, ele começa aqui. Nós temos mais três anos pela frente. O nosso problema era dinheiro, se dinheiro não é problema, então nós temos que resolver as coisas com muito mais facilidade", disse Lula.