O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu nesta quarta (5) a taxação das compras estrangeiras online de até US$ 50 que deve ser votada pelo Senado à tarde, e que vem gerando debates – e desgastes – entre governo e parlamentares da base e da oposição.
A chamada “taxa das blusinhas” atinge principalmente as mercadorias compradas de varejistas chineses, país onde Alckmin está em missão oficial do governo, mas que evitou comentar um possível impacto.
“Não é um valor muito alto e ajuda a preservar emprego, preservar o desenvolvimento de empresas. [...] Foi um entendimento inteligente”, disse comparando a tributação ao PIS/Cofins.
A declaração foi dada após uma visita a uma rede chinesa de cafeterias, que deve fechar um memorando de entendimento para a compra de 120 mil toneladas de cafés brasileiros.
A defesa da taxação das “blusinhas” em plena China ocorre em meio a críticas de uma das principais varejistas do país ao tributo, a Shein, que publicou uma nota na semana passada considerando o imposto como um “retrocesso”.
“Com o fim da isenção, a carga tributária que recairá sob o consumidor final, passará a ser de 44,5%, o que com a isenção se mantinha em torno de 20,82% devido à cobrança do ICMS, no valor de 17%. Ou seja, um vestido que o consumidor da SHEIN comprava no site por R$ 81,99 (com ICMS de 17% incluso), agora custará mais de 98 reais com a nova carga tributária, formada pelo imposto de importação de 20% mais o ICMS de 17%”, disse a Shein em nota à Gazeta do Povo afirmando que tenta dialogar com o governo.
A votação da tributação era para ter ocorrido na terça (4), mas foi retirada pelo relator Rodrigo Cunha (Podemos-AL) e gerou um grande impasse entre deputados e o governo, que fecharam um acordo na semana passada pela tributação.
Cunha retirou o trecho – um “jabuti” – do projeto de lei do Mover sem comunicar a base governista e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que costurou o acordo diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ameaçou derrubar o programa de mobilidade inteiro se a taxação não for votada.
Governo promete reforma, mas evita falar em corte de gastos com servidores
Boicote do Carrefour gera reação do Congresso e frustra expectativas para acordo Mercosul-UE
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Brasil tem portas fechadas em comissão da OEA para denunciar abusos do STF
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast