A subsidiária brasileira da Renault, que até setembro vinha batendo sucessivos recordes de vendas no mercado interno, tem reduzido o ritmo de trabalho da fábrica de São José dos Pinhais (Grande Curitiba). Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) dizem que ainda não há expectativa de que a empresa conceda férias coletivas antes do tradicional descanso de fim de ano, mas relatam que a produção foi suspensa em quatro ocasiões nas últimas duas semanas a folga mais recente foi na segunda-feira. Na sexta-feira, a Volkswagen, também de São José dos Pinhais, anunciou que seus trabalhadores terão férias entre 3 e 13 de novembro, como forma de "adequação do processo produtivo".
"A Renault tem informado que, por dificuldades de alguns fornecedores, estão faltando chapas para o setor de estamparia [componentes que, depois de prensados, dão origem a portas, capôs e outros] e, por isso, tem aproveitado para conceder folgas aos operários e formar banco de horas. Mas acredito que, nesse movimento, também haja uma adequação à nova situação do mercado", avalia Cláudio Gramm, vice-presidente do SMC.
A montadora, que emprega cerca de 4 mil funcionários em dois turnos de produção, fabrica cerca de 600 automóveis por dia. A marca francesa e sua parceira Nissan, com quem divide instalações, não se pronunciaram sobre o assunto. Os números da Renault eram dos mais animadores até setembro. Desde o início do ano, a montadora vendeu quase 92 mil carros no país, com aumento de 82% sobre o mesmo período de 2007, resultado que garantiu à empresa o quinto lugar no ranking de vendas do país.
Das quatro empresas que estão à sua frente no ranking, apenas a Ford não anunciou férias depois do agravamento da crise internacional. A Fiat, em Betim (MG) e a General Motors, em São Caetano do Sul (SP), foram as primeiras a tomar essa decisão, sendo seguidas, na semana passada, pela filial paranaense da Volks, que tem pouco menos de 4 mil funcionários e produz cerca de 850 veículos por dia em três turnos. A multinacional alemã também parou de convocar trabalhadores para trabalhar aos sábados, prática que manteve por vários meses para dar conta da expansão do mercado automobilístico nacional.
As outras duas montadoras paranaenses, Volvo (ônibus e caminhões) e Case New Holland (máquinas agrícolas), que têm fábricas na Cidade Industrial de Curitiba, informaram que o ritmo de produção está sendo mantido, e que não pensam em dar férias coletivas. "Haverá apenas as tradicionais férias coletivas de fim de ano, que ocorrem desde a instalação da Volvo em Curitiba há 31 anos", explicou a assessoria da montadora. (FJ)
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