O governo alemão aprovou ontem um plano de austeridade de 80 bilhões de euros (US$ 100,93 bilhões) com quatro anos de duração, comprometendo o país a reduzir seu grande déficit orçamentário e dando suporte à coalizão de centro-direita da chanceler Angela Merkel. A ratificação do gabinete ao pacote é uma boa notícia para Merkel, que enfrentava pressão para amenizar as medidas criticadas na Alemanha como injustas e, no exterior, como uma ameaça à recuperação global.O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse que os planos deixam a Alemanha encaminhada para reduzir o déficit orçamentário a menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2013 e para manter as novas dívidas em 0,35% do PIB a partir de 2016. "Aqueles que duvidavam da seriedade desse plano têm de levar esses números em consideração", disse Schaeuble a jornalistas.
O orçamento, que irá ao Parlamento até o fim de novembro, cortará 307,4 bilhões de euros em gastos no ano que vem, um decréscimo de 3,8% em relação a 2010, e reduzirá o déficit para 60 bilhões de euros. As medidas de austeridade marcam o capítulo mais recente do ímpeto alemão de consolidar as finanças públicas do país, o que atraiu críticas de alguns países-membros da zona do euro. Segundo eles, ainda é muito cedo para retirar os estímulos implementados durante a crise.