Berlim - O gabinete da Alemanha aprovou um plano prévio para aumentar o alcance e o volume da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), o fundo de resgate da zona do euro. O governo da chanceler Angela Merkel sinalizou, porém, que poderá conceder poder ao Parlamento alemão sobre os direitos de aprovação de futuros pacotes de resgate com a finalidade de ganhar o apoio dos formuladores de políticas públicas de sua coalização de centro-direita para o plano na votação no próximo mês.
O plano prévio do gabinete esclarece que os futuros pacotes de socorro necessitariam de aprovação unânime de todos os membros da zona do euro, embora não determine a concessão ao Parlamento de direitos de aprovação do socorro. O esboço da legislação serve como base para uma proposta dos partidos de coalização que deverá ser levada ao Parlamento alemão, o Bundestag, para votação no dia 29 de setembro.
O plano permitirá que a EFSF compre títulos soberanos nos mercados primário e secundário sob condições rigorosas e aumentará a atual capacidade do fundo de resgate de 250 bilhões de euros para 440 bilhões de euros. "O governo [alemão] reafirmou sua determinação para assegurar a estabilidade do euro", afirmou o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, num comunicado. Segundo ele, a ampliação dos poderes da EFSF tem a finalidade de conter os "possíveis efeitos de contágio" numa fase inicial.
Líderes da zona do euro endossaram essas mudanças no fundo de resgate durante uma cúpula no dia 21 de julho, como parte do novo pacote de resgate concedido à Grécia num esforço para tranquilizar os mercados nervosos e evitar que a crise da dívida soberana grega se espalhasse para outros países.
O ministro disse que a mudança nos direitos para a participação do Bundestag nas futuras decisões sobre pacotes de resgate será deixada para o próprio parlamento. Tal movimento poderá abrandar consideravelmente os futuros esforços de socorro em tempos de turbulência do mercado e minar a proposta de renovar o fundo de resgate com a finalidade de permitir que a linha aja rápido para conter crises de dívida no futuro.
Mas a proposta está ganhando tração, com o Partido Democrático Liberal (FDP), o parceiro menor na coalizão no governo Merkel, juntando-se ontem aos formuladores de políticas públicas do partido da chanceler alemã, os Democratas Cristãos, no pedido por uma participação maior do Parlamento em futuros pacotes de resgate.