Entregar a supervisão bancária para o Banco Central Europeu não basta para permitir que o fundo de resgate da zona do euro ajude diretamente os bancos, disse o ministro das Finanças alemão, advertindo que não esperava tal acordo sobre supervisão em 2012.

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Wolfgang Schaeuble fez os comentários depois que as negociações entre os ministros das Finanças da UE no sábado (15) expuseram profundas divisões sobre uma proposta de união bancária. Isso pode desapontar os investidores, que vinham alimentando esperanças sobre uma promessa dos líderes da zona do euro de concordarem em entregar novos poderes para o BCE em 2012.

Isso, por sua vez, era esperado para desbloquear a possibilidade de ajuda direta aos bancos do fundo de resgate da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês), para países como a Espanha e a Irlanda.

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"Temos a declaração dos líderes de governos da zona do euro de que a supervisão bancária europeia é um pré-requisito necessário, mas insuficiente", disse Schaeuble a jornalistas depois da reunião de ministros no Chipre. "As regras do ESM permanecem".

Ele disse que qualquer país que abrigue bancos problemáticos ainda precisaria se candidatar a um programa de ajuste através do ESM.

As declarações contrastavam com as do ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici, que pediu uma ação rápida e destacou o compromisso dos líderes da zona do euro em chegar a um acordo este ano.

"Há muitas perguntas sobre todos os seus aspectos: o calendário da implementação, o âmbito de supervisão, o papel do Banco Central Europeu, o mecanismo para a supervisão", disse Moscovici a jornalistas.

"Essas diferenças não me parecem de maneira alguma insuperáveis. Estou convencido de que chegaremos lá no final de 2012: porque é nosso dever e porque temos a possibilidade de fazê-lo", disse.

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O crescimento econômico francês sofreu uma paralisação desde o final do ano passado, e seus bancos têm investimentos em países em dificuldades, como a Grécia.

As conversas entre os ministros das Finanças da UE exibiram profundas divisões, não apenas entre os países da zona do euro, mas também com muitos países vizinhos, preocupados de que o poder do BCE possa colidir com o de seus bancos.

Schaeuble reiterou suas críticas sobre elementos da proposta, alertando contra as expectativas de que um acordo possa ser alcançado até o final do ano.

"Não vejo que possa haver uma recapitalização direta através do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira já em 1 de janeiro", ele disse.

A Alemanha, que faz questão de manter a supervisão primária de suas economias regionais e bancos cooperativos, questiona se o BCE deve ter autoridade para supervisionar todos os seis mil bancos da zona do euro, argumentando que isso seria esticar demais o poder do banco.

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