A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, apoiam a candidatura do presidente do banco central da Suíça para o comando do Comitê de Estabilidade Financeira, informou um jornal no domingo (30).
O FSB (na sigla em inglês), a força-tarefa regulamentadora do G20, tem a função de elaborar as regras bancárias robustas o suficiente para impedir outra crise financeira.
O órgão foi comandado no passado por Mario Draghi, que assumirá o posto de presidente do Banco Central Europeu em 1o de novembro. O presidente Banco Nacional Suíço, Philipp Hildebrand, e o governador do Banco do Canadá, Mark Carney, estão concorrendo ao cargo.
Assumir o comando do FSB não exigiria a saída do cargo de chefia do banco central de um país. Um anúncio é esperado na cúpula do G20, em 3 e 4 novembro.
Citando uma fonte a par do processo eleitoral, o jornal suíço SonntagsZeitung disse que Merkel apoiava Hildebrand e havia convencido Sarkozy a apoiá-lo também. Em troca, a Suíça teve de apoiar Christine Lagarde para a chefia do Fundo Monetário Internacional, disse o jornal.
O gabinete do presidente Nicolas Sarkozy não confirmou a reportagem.
Hildebrand é um defensor de regras mais rígidas para os bancos, depois que o governo suíço teve de resgatar o banco UBS durante a crise financeira. Suas chances de presidir o FSB foram aumentadas pela promulgação pela Suíça de regulação bancária mais rigorosa do que as novas regras mundiais da Basileia 3.
Hildebrand e Carney são amigos e estudaram juntos em Oxford.
O SonntagsZeitung também relatou que em uma reunião recente do ideia em Zurique, surgiu a ideia de nomear um dos dois para o comando do comitê com o outro como seu vice.
O governo suíço dá um apoio discreto à candidatura de Hildebrand para o FSB, embora alguns políticos de direita se oponham a ela, disse o jornal.
"É claro que o conselho federal apoia a candidatura do presidente Philipp Hildebrand para o cargo mais alto do FSB," disse a ministra das Finanças, Eveline Widmer-Schlumpf, ao SonntagsZeitung.
Mas o governo está dando seu apoio por meio de canais diplomáticos e não publicamente, disse ela ao jornal.
No entanto, um membro do partido de direita União Democrática do Centro, que não apoia a União Europeia, disse que se opunha a submeter o banco central da Suíça a um regulador internacional.
"Conflitos de interesses irão ocorrer," o parlamentar da UDC Christoph Moergeli disse, acrescentando que o presidente do banco central deveria se concentrar nos interesses da Suíça e não seguir uma "agenda paralela."
Hildebrand foi criticado pela UDC antes.
O líder do partido, Christoph Blocher, defendeu a demissão de Hildebrand, quando o banco central registrou seu maior prejuízo anual no ano passado, devido a intervenções cambiais para enfraquecer o franco suíço.
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