Pesos pesados na comunidade europeia, Alemanha e França prometeram neste domingo (25) endurecer com a Grécia em troca de apoio financeiro, no momento em que se questiona se o pacote de 45 bilhões de euros será suficiente para evitar um calote.
A Grécia se curvou à intensa pressão dos mercados financeiros na sexta-feira, solicitando fundos à União Europeia e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), no que seria o primeiro resgate financeiro de um membro do bloco de moeda única com onze anos de existência.
O país mergulhado em dívidas anunciou medidas de austeridade de bilhões de euros, incluindo aumento de impostos e diminuição de salários do setor público, mas agora precisa adotar outras ações para satisfazer a UE e o FMI e garantir a entrada dos recursos.
O ministro da Fazenda alemão Wolfgang Schaeuble alertou a Grécia que uma reestruturação severa de sua economia é "inevitável e um absoluto pré-requisito" para Berlim e a UE aprovarem a ajuda solicitada.
"O fato de que nem a UE nem o governo alemão decidiram (enviar ajuda) mostra que a resposta pode ser tanto positiva quanto negativa", disse Schaeuble à edição dominical do jornal alemão Bild.
"Isso depende inteiramente da Grécia levar adiante nos próximos anos a política de poupança severa que iniciou. Deixei isso claro ao ministro da Fazenda grego."
Christine Lagarde, colega francesa de Schaeuble, prometeu responsabilizar a Grécia por "políticas econômicas inadequadas" que levaram seu déficit fiscal em 2009 a 13,6 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) e sua dívida a 115 por cento da produção econômica.
Ela descreveu o pacote de ajuda como "um coquetel de indulgência e grande severidade", dizendo ao semanário Journal du Dimanche que os parceiros da Grécia irão acompanhar de perto seu progresso na restauração da ordem de suas finanças em frangalhos.
"Iremos (liberar a ajuda) de acordo com suas necessidades, e no caso de calote nos primeiros pagamentos do empréstimo iremos pisar no freio imediatamente", afirmou Lagarde.
Alemanha e França devem fornecer cerca de metade dos 30 bilhões de euros em ajuda que a UE prometeu em princípio para a Grécia. O FMI deve arcar com os 15 bilhões restantes.
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