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Alemanha garante que união fiscal não é apenas conversa

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Merkel deve propor regras mais rígidas para os países da zona do euro |

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Merkel deve propor regras mais rígidas para os países da zona do euro

A Alemanha e a França estão tomando medidas concretas para estabelecer uma união fiscal com maior supervisão dos orçamentos individuais dos países europeus, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, em um discurso ao Parlamento do país. "Não estamos apenas falando de união fiscal, nós estamos começando a criá-la", disse ela ontem.

De acordo com a chanceler, a união orçamentária terá regras estritas, ao menos para a zona do euro. "O elemento central desta união da estabilidade, buscada pela Alemanha, será um novo teto de endividamento europeu", completou Merkel, insistindo na intenção de convencer os sócios sobre a necessidade de mudar os tratados europeus para poder introduzir mais disciplina orçamentária.

"Não há outra alternativa que não seja uma mudança dos tratados", destacou, antes de rejeitar de maneira categórica os eurobônus como remédio para a crise. "Quem não entende que os eurobônus não podem ser a solução da crise não compreende nada da natureza do problema", disse.

Soberania

O discurso de Merkel foi feito um dia depois de o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmar que seu país está disposto a ficar ao lado da Alemanha e sacrificar um grau de soberania nacional para que seja possível um melhor alinhamento das políticas econômicas. Merkel deu continuidade a esse tema e disse que o objetivo da cúpula da União Europeia marcada para o próximo dia 9 é mudar o tratado do bloco e permitir uma maior coordenação da política fiscal.

Merkel vai se reunir com Sarkozy, em Paris, na segunda-feira para finalizar um plano que eles apresentarão aos líderes da União Europeia no encontro do dia 9. "Nós vamos para Bruxelas com a intenção de mudar o tratado da União Europeia", afirmou Merkel. "A meta é uma união fiscal que aplique a disciplina fiscal nos membros e tenha os instrumentos necessários para efetivamente lidar com a crise", acrescentou.

Em seu discurso, Merkel insistiu que a integridade do Banco Central Europeu (BCE) precisa ser protegida. Durante a crise, disse a chanceler, as únicas instituições europeias que não perderam credibilidade foram o BCE e os tribunais. "A credibilidade dessas duas instituições tem um valor precioso na nossa democracia e é nossa tarefa proteger e preservá-las", declarou.

A França tem demonstrado que aceita sanções automáticas para países que violarem o tratado europeu, diretrizes mais rígidas e uma maior supervisão dos orçamentos dos membros da zona do euro. Com isso, espera-se que a Alemanha se torne mais tolerante quanto a uma ação do BCE para dar suporte aos mercados de bônus da zona do euro.

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