Autoridades da zona do euro estão estudando maneiras de adiar partes ou até mesmo todo o segundo pacote de resgate para a Grécia, embora ainda assim encontrando uma forma de evitar um default desordenado do país, segundo fontes da União Europeia citadas pela agência Reuters. De acordo com essas autoridades, o novo empréstimo poderia ser adiado para depois das eleições gregas previstas para abril.
Embora boa parte das exigências dos credores internacionais já tenha sido aprovada pela Grécia, os ministros de Finanças da zona do euro não estão convencidos de que os líderes dos principais partidos políticos do país estejam suficientemente comprometidos com o acordo, que requer novos cortes de gastos e a introdução de medidas impopulares, como reformas no mercado de trabalho.
Os países que estariam pressionando para o adiamento do pacote são Alemanha, Finlândia e Holanda. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, disse em entrevista à rádio SWR que a Grécia deve apresentar garantias de que as reformas continuarão após a eleição, prevista para abril. "Parece que o partido conservador Nova Democracia não está totalmente comprometido com as medidas devido ao forte apoio que vem recebendo nas pesquisas para as eleições gerais de abril", disse o ministro. "Tenho dito sempre que nós podemos ajudar, mas não podemos jogar dinheiro num poço sem fundo", alertou.
A afirmação de Schäuble irritou o presidente grego, Carolos Papoulias. "Eu não aceito que o meu país seja provocado pelo senhor Schäuble. Como grego, eu não aceito isso. Quem é o senhor Schäuble para provocar a Grécia? Quem são os holandeses? Quem são os finlandeses?", questionou o chefe de Estado, de 82 anos.
Como a Grécia tem títulos vencendo em março, o país poderia receber um empréstimo-ponte para evitar um default, caso os demais membros da zona do euro decidam liberar o novo pacote de resgate apenas depois das eleições. Uma das fontes, um diplomata da União Europeia, disse que há muito tempo circulam propostas para dividir em várias partes o novo resgate e a reestruturação da dívida da Grécia, "mas não a ponto de existir um plano B", pois ainda há diferentes visões sobre as condições que o país deve cumprir antes da liberação de mais empréstimos.