Se recusar oficialmente a proposta grega, o Eurogrupo estará empurrando a Grécia para fora da zona euro, afirmam analistas| Foto: Yves Herman/Reuters

Atenas promete honrar compromisso com credores

As objeções de Berlim provocaram uma resposta de Atenas, que questionou se a Alemanha falou em nome dos outros ministros das Finanças da zona euro, cujos assessores já estavam em Bruxelas avaliando as opções durante reunião na tarde de ontem. "O Eurogrupo amanhã [hoje] tem apenas duas opções: aceitar ou rejeitar o pedido grego", disse uma autoridade grega. "Ficará claro, então, quem quer encontrar uma solução e quem não quer."

Em seu pedido de extensão, a Grécia se comprometeu a manter o equilíbrio fiscal durante o período do acordo, promover reformas imediatas para combater a evasão fiscal e a corrupção, e adotar medidas para lidar com o que Atenas chama de "crise humanitária", disse ele.

No documento, a Grécia prometeu cumprir as suas obrigações financeiras para com todos os credores. Porém, não compromete a Grécia a atingir um superávit primário equivalente a 3% do PIB do país este ano, como prometido no programa de resgate.

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Pacote de ajuda

A prorrogação por mais seis meses do socorro de 172 bilhões de euros que vence no próximo dia 28 é fundamental para manter a economia grega.

Números gregos

Produto Interno Bruto: US$ 242,2 bi (48º no mundo em 2013).

Variação do PIB: -0,2% (ante o 3º tri de 2014) e +1,7% (ante o 4º tri de 2013)

Inflação (2014): -1,4%

População: 11,03 milhões (2013)

Dívida pública: 185% do PIB

Taxa geral de desemprego: 25,8% (outubro de 2014)

Taxa de desemprego para menores de 25 anos: 50,6% (outubro de 2014)

A Alemanha rejeitou ontem uma proposta grega para a extensão por seis meses de seu acordo de empréstimo com a zona do euro, dizendo não ser "uma solução substancial" porque não compromete Atenas a cumprir as condições de seu resgate internacional.

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A postura de Berlim – descrevendo o pedido grego cuidadosamente redigido como um "cavalo de Troia" para fugir de compromissos – montou o cenário para as difíceis negociações dos ministros das Finanças da zona euro em uma reunião hoje. O novo governo de esquerda da Grécia está correndo para evitar ficar sem dinheiro dentro de semanas e vai enfrentar pressão para fazer mais concessões em Bruxelas.

Como o maior credor da União Europeia, a Alemanha tem cacife para bloquear um acordo e deixar a Grécia à deriva sem uma linha de financiamento, potencialmente empurrando o país em direção à saída da zona euro. No entanto, autoridades de outras capitais europeias viram a resposta alemã como uma postura tática e preveem um acordo até o fim de semana, depois de mais disputas.

Uma autoridade grega disse que o primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, teve uma conversa telefônica de 50 minutos com a chanceler alemã, Angela Merkel, ontem, possivelmente a primeira interação importante entre os dois líderes desde que o atual governo de Atenas foi eleito, em 25 de janeiro.

"A conversa foi realizada em um clima positivo, orientada no sentido de encontrar uma solução mutuamente benéfica para a Grécia e a zona do euro", disse a autoridade. Um porta-voz alemão confirmou a conversa, mas não quis comentar sobre o conteúdo.

Negociações

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Mais cedo, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, apresentou formalmente o pedido de prorrogação do empréstimo, após dias de negociações reservadas com a Comissão Europeia e o presidente do Eurogrupo de ministros de Finanças do bloco monetário.

Enquanto as autoridades em Bruxelas, Paris e Roma receberam bem o esforço do governo grego, eleito com uma plataforma antiausteridade, para encontrar uma fórmula viável, autoridades alemãs disseram que a proposta está cheia de lacunas, sem compromisso de respeitar os termos do resgate. O porta-voz do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que a proposta grega não cumpria os critérios acordados pelo Eurogrupo.