Produtos agrícolas com preço em queda influenciaram para baixo a cesta básica no mês de maio. A variação em Curitiba foi de -1,38%. No ano, a cesta de 13 produtos essenciais na alimentação tem 1% de alta, que sobe a 2,1% nos últimos 12 meses, inflação menor do que a registrada pelos indicadores oficiais. Este é o segundo mês em que a cesta básica da capital paranaense cai. A queda acumulada de 6,8% não chega a recuperar totalmente a alta de 8,4% registrada entre janeiro e março.
As outras 15 capitais pesquisadas também registraram queda, com destaque para Salvador (-9%). Curitiba teve a segunda menor queda, depois de João Pessoa (-0,8%), mas tem a quarta cesta mais cara (R$ 169).
As maiores quedas de maio na capital foram influenciadas pela colheita da safra de produtos como o tomate, que registrou preço 29% mais barato em maio, a R$ 1,70 o quilo. O açúcar, que ficou quase 6% mais barato em maio, caiu o dobro nos últimos dois meses. O arroz está 5% mais barato, e acumula queda de 15% desde março.
Outros produtos com preço em queda tiveram influência do baixo câmbio, como é o caso da farinha de trigo, que caiu a R$ 1,37 o quilo em maio. O consumo nacional é em grande parte possibilitado por importações da Argentina, transação realizada em dólares. O preço caiu 1,4% em maio.
Na lista de produtos que registraram alta, a batata lidera, com 18%. Devido aos baixíssimos preços do período de safra -- no início do ano, produtores chegaram a jogar o produto em lixões ou doar parte da produção --, a alta desde fevereiro acumula 123%. A batata custa em média hoje R$ 1,70 o quilo.
Outro produto que assustou os consumidores nos últimos meses foi o leite, que acumula alta de 16,6% desde março devido a elevações internacionais. Atualmente, o preço médio do litro em Curitiba é de R$ 1,26. Na avaliação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), que faz a pesquisa em todo o país, o clima mais frio do que o normal para a época do ano prejudica as pastagens, forçando o produtor a alimentar o gado basicamente com ração, o que sai mais caro. O preço da carne também subiu, recuperando queda de quase 7% em abril.