A aceleração da inflação oficial, medida pelo IPCA, nos últimos meses de 2012 foi causada pelo aumento nos preços dos alimentos e das passagens aéreas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa dos alimentos no IPCA foi aumentando gradualmente desde agosto, quando estava em 0,41%, até dezembro, quando atingiu 0,79%. "Aceleração da inflação nos últimos meses de 2012 foi pressionada pelos aumentos nos alimentos, basicamente causados por problemas climáticos", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, nesta quinta-feira.
No ano, a alta no IPCA ficou em 5,84%, com a maior pressão vinda do grupo Alimentação e bebidas, que subiu 9,86%, acima da variação de 7,18% em 2011. O grupo é responsável por 23,93% do orçamento das famílias. Portanto, embora não tenha registrado a maior variação em 2012, teve o maior impacto sobre a inflação do ano, de 2,27 pontos porcentuais, o equivalente a 39% da taxa do IPCA de 2012.
Exerceram pressão os alimentos consumidos fora do domicílio, com elevação de 9,51% no ano, após a alta de 10,49% de 2011. O item refeição fora do domicílio aumentou 8,59% em 2012, o segundo principal impacto individual no IPCA do ano, o equivalente a 0 41 ponto porcentual. Mas todos os itens relativos à alimentação fora de casa aumentaram, ressaltou o IBGE.
Os alimentos consumidos no domicílio ficaram 10,04% mais caros em 2012, principalmente devido a problemas climáticos. A alta em 2011 tinha sido de 5,43%. Na direção oposta, pesaram menos no bolso do consumidor o açúcar cristal (-8,74%) e o refinado (-3 22%) e as carnes (-0,67%).
Passagens aéreas também pesam
O item passagens aéreas teve aumento de 17,12%, após já ter subido 11,80% em novembro. O resultado levou à maior contribuição na taxa de 0,79% do IPCA no mês, o equivalente a 0 10 ponto porcentual.
Dos nove grupos pesquisados no indicador, seis registraram aceleração em suas taxas de variação em dezembro. As exceções foram os grupos artigos de residência (de 0,47% em novembro para 0,27% em dezembro), habitação (de 0,64% para 0,63%) e comunicação (de 0,31% para 0,03%).
Embora as passagens aéreas tenham puxado as despesas com transporte (de 0,68% em novembro para em 0,75% em dezembro), o grupo teve influência ainda das tarifas de ônibus interestaduais (de 0,02% para 2,38%), etanol (de 0,63% para 2,11%), automóvel usado (-0,60% para 0,11%) e acessórios e peças para veículos (de -0,28% para 0,56%).
O item excursão teve alta de 17,13% em dezembro, o segundo maior impacto sobre o IPCA do mês, com influência de 0,06 ponto porcentual. Outros itens que exerceram influência para que o grupo despesas pessoais aumentasse de 0,53% em novembro para 1 60% em dezembro foram cigarro (de 0,60% para 3,94%) e empregados domésticos (de 0,66% para 0,82%).